Ocê pode não sabê,
Meu amigo, não é face
Faiz a gente enternecê.
É triste inté de falá
Mais eu vou lhe preguntá,
SERÁ QUE O CORRUPTO VÊ?
Eu já morei no sertão
Caro leitô, pode crê,
Lá vi muita criancinha
Morrê antes de nascê,
Ôtos morrerão dispois,
Por fartá pão e arroz,
SERÁ QUE O CORRUPTO VÊ?
Enquanto a cigarra canta
Num sol quente de frevê,
O trabaidô na roça
Fica esperano chovê,
Se chove ele pranta e come,
Senão ele passa fome,
SERÁ QUE O CORRUPTO VÊ?
Quem mora lá no sertão
E luita mode vivê,
Mata preá, passarin
E assa mode cumê,
Óia o que a fome faz
Martrata a gente demais
SERÁ QUE O CORRUPTO VÊ?
Cedo eles vão para a roça
Percurar o que fazê
Prantam uns pezim de mio
E tumém de muçambê,
Para curar dô de dente
Coloca um azeite quente,
SERÁ QUE O CORRUPTO VÊ?
Uma criancia chora
Pois lhe farta o que comê
Sua mãe está buchuda
Ôto logo vai nascê.
O seu pai fica num canto
Ali derrama o seu pranto
SERÁ QUE O CORRUPTO VÊ?
Assis Coimbra. Todos direitos reservados
E se não vê porque se faz de cego, a tantos de vocês se esparamando em cidades grandes para matar suas fome, a gente que não e político está lá e vê.... lindo poema poeta.
ResponderExcluirGOSTEI MUNTO, PRU MODE QUI IEU TAMÉM SÔ MATUTO E AMO AS COISAS DA ROÇA E A CULTURA POPULÁ. PARABÉM, CONTINUE PRODUZINDO ESSA COISA BUNITA.
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