domingo, 27 de março de 2011

O VAQUEIRO


IMAGEM EXTRAÍDA DO GOOGLE


O vaqueiro fica alegre
Quando chove no sertão,
Pois o pasto vai crescer
E engordar seu alazão,
Assim ele fica forte,
Para alcançar o garrote
E também o “barbatão”

Ele coloca seu manto
Chapéu, gibão e perneira,
Depois monta em seu cavalo
E dispara na carreira,
E logo derruba o touro,
Precisando tira o couro,
Prá fazer outra “gibeira”.

Quem nunca viu neste mundo
O aboio de um vaqueiro,
Apascentando o seu gado
Reunido no terreiro,
Não sabe o que acontece,
Na caatinga e no agreste,
Deste solo brasileiro.

O vaqueiro nordestino
Já nasceu predestinado,
A ser um homem valente
Com seu aboio a finado.
Quando ele solta seu canto,
A lua derrama um pranto,
No nosso sertão amado.

Assis Coimbra. Todos direitos reservados

sexta-feira, 25 de março de 2011

Pois vou levar um cordel, que é pra Jesus Cristo ler.


Mote e glosa: Assis Coimbra.



No meu “versin” acanhado
Expresso minha cultura,
Para toda criatura
Até pra quem é letrado.
Pra juiz, advogado,
Eu faço a todos saber.
Que no dia que eu morrer
Deixo casa, deixo anel
POIS VOU LEVAR UM CORDEL,
QUE É PRA JESUS CRISTO LER.

Já fiz roça e arranquei toco
Já dancei coco na feira,
Já cacei com baladeira
Já cantei e fiquei rouco.
De tudo já fiz um pouco.
Pra poder sobreviver.
Mas tenho muito que aprender
Pra ser um bom menestrel.
POIS VOU LEVAR UM CORDEL,
QUE É PRA JESUS CRISTO LER.

Eu gosto de fazer verso
Quanto mais simples possível,
Pra que seja bem legível
Mas antes com Deus converso,
E a ele também confesso
Cumprindo assim meu dever.
Pra nem um pecado ter,
E jamais ser infiel.
POIS VOU LEVAR UM CORDEL,
QUE É PRA JESUS CRISTO LER.

Aquele que “joga” praga
Para o mal do semelhante,
Vai pra o inferno de Dante
E no céu não terá vaga,
Pois volta pra si a CHAGA
Que era pra o outro sofrer.
Mas revendo o proceder
Eu registro num papel.
POIS VOU LEVAR UM CORDEL,
QUE É PRA JESUS CRISTO LER.




Assis Coimbra. Abraços “CORDELADOS”

domingo, 20 de março de 2011

Em ação louvável, o secretário Guto Volpi está trazendo o cordel à cidade de Ribeirão Pires.

Fotos da inauguração do painel de cordel e xilogravura dos artistas, Regina (xilogravura) Waldeck de garanhuns e Assis acoimbra. (cordel) em Ribeirão Pires a cidade que me adotou. Externo meus agradecimentos, ao prefeito Clóvis Volpi e o secretário Guto Volpi.
Aqui começa a chegança. Com toadas e aboios na voz dos Narradores de Cordel.
Assis Coimbra narrando um cordel de cracejo ao som da viola do mestre wagner Mineiro.
Recebendo os convidados, secretário Guto Volpi e o secretário adjunto Clauricio.
Clima bom e descontraido.
O secretáro Guto Volpi, (da esquerda para direita)a quem muito agradeço por está trazento o cordel para Ribeirão Pires.
Wagner Mineiro, Filha de Regina e Waldeck, Regina, o grafiteiro (não lembro o nome) Waldecke, Assis Coimbra e o artista plástico Lúcio.
Público assintindo apresentação de Assis Coimbra e Wagner Mineiro.
Assis coimbra e Wagner mineiro. Dos Narradores de Cordel.

Abraços “CORDELADOS”

quinta-feira, 17 de março de 2011

Quando vim pra este mundo.


Quando vim pra este mundo
Eu me danei a falar,
Um anjo logo me disse
Pare de tagarelar,
Pra você ficar contente,
Vá buscar sua vertente,
Na cultura popular.

Gosto de fazer rimas
Passo horas escrevendo,
De manhã eu faço um verso
À tarde vou outro fazendo,
De noite completo a gesta,
Assim vou fazendo festa,
E do cordel sobrevivendo.

Assis Coimbra. Abraços “CORDELADOS”.

terça-feira, 15 de março de 2011

Tristes fatos da história.

Texto para o meu próximo livro.

Peço ao mestre dos mestres
Que é testemunho ocular,
Que se eu esquecer me ajude
Pois eu tenho que narrar,
O que Cabral e outras corjas
Fizeram nesse lugar.

Amigo caro leitor,
A quem tenho lealdade,
Vou falar desses algozes
Contar-lhes toda a verdade
Pra nunca ser esquecido
Tamanha imoralidade.

De Brasil “quinhentos anos”
Agora eu passo a falar,
Que há pouco tempo atrás
Alguém quis comemorar,
Mas aconteceram fatos
Que não quiseram lembrar.

Eu não sei se de propósito,
Ou por puro esquecimento,
Ou se fecharam os olhos
Pra algum acontecimento;
Eu só sei que muitos fatos
Não citaram no evento.

Quando Cabral cá chegou,
Em 22 de abril,
Encontrou muitas riquezas,
Inclusive o pau-brasil
E dele deu-se o nome
Pra essa terra varonil,

Encontrou muitos biomas,
Inclusive a Mata Atlântica,
Muitas áreas de Cerrado,
A Amazônia romântica.
De qualquer canto que olhava,
A vista era panorâmica.

A vegetação intensa,
De mata até a Caatinga,
Tinha matas ciliares,
E também a de restinga,
E água do pantanal
Prá abastecer a moringa.

Os rios eram todos limpos
Com peixes em quantidade,
Os índios eram milhões
Fazendo festividade,
Tomavam banho e pescavam,
Demonstrando agilidade.

Viviam grande harmonia
Nas tribos em que moravam,
Curumins brincavam livres
Na terra que tanto amavam,
Sem saber que os estranhos
De longe os observavam.

Os índios quando notaram
Estranhos nas suas terras,
Ficaram muito espantados,
Alguns fugiram pras serras,
E outros foram correndo,
Mas muitos travaram guerras.

E Cabral com suas tropas
Bolaram logo um plano
Pra chegar perto dos índios,
Sem cometer um engano,
Pois, qualquer pisada em falso,
Entrariam pelo cano.

Depois de muito tentar
E muitos homens perder,
Os índios iam lutando,
Pois não queriam ceder,
Até que milhares deles
Começaram a morrer.

Passando o tempo, os brancos,
Alguns índios conquistavam,
Mas para conseguir isso,
Até presente lhes davam.
Com outros não tinha acordo,
E a lutar continuavam.

Mas aos poucos descobriram
Mais riquezas pra levar,
Que além do pau-brasil
Tinha muito a explorar,
Ouro, bauxita e prata,
Minério em todo lugar.

A notícia das riquezas
Pela Europa chegou,
E mais do que de repente
A França pra cá mandou,
Homens para conhecer
O que de bom se falou.

Desta forma, outros países
Por aqui também chegavam,
As missões eram as mesmas
Dos outros que aqui estavam:
Extraindo e devastando,
Tudo aquilo que encontravam.

Em meio a todo furdunço
E toda aquela masmorra,
Portugal tomou as rédeas
Pra botar ordem na zorra,
Mas quando a coisa está feia,
Não há santo que socorra!

Em mil quinhentos e trinta
Uma expedição chegou:
Era a “colonizadora”,
Que aqui desembarcou.
“Agora aqui vai ter ordem!”
Logo seu chefe gritou.

Esse era Martin Afonso,
Que um povoado fundou.
Foi de Vila São Vicente
O nome que ele chamou,
Deixando logo bem claro
Que a colônia começou.

A missão da expedição,
Além de colonizar,
Era expulsar daqui
Os povos de outro lugar,
Que queriam as riquezas
Daqui também retirar.

Travaram-se grandes lutas,
Matavam por desaforo,
Tudo isso por ganância
E a conquista do ouro
E também do pau-brasil,
Que valia um tesouro.

Dos índios tomavam as terras,
Os que lutavam morriam,
Porém os prisioneiros
Catequizados seriam.
Depois de feitos escravos,
Todo serviço faziam (...)

Assis Coimbra. todos direitos reservados.
Abraços "CORDELADOS"

sábado, 5 de março de 2011

POIS OS VERSOS QUE “TRAGO” EM MINHA VEIA, FUI BUSCAR NAS FONTES DE PATATIVA.


IMAGEM EXTRAÍDA DO GOOGLE


Nos meus versos conservo a escansão
Faço uso do que sei sobre gramática.
Metrifico usando a matemática,
Obedeço à tônica e “oração”.
Pra que tenham melhor compreensão,
Peço a benção da musa criativa.
E depois eu recito em voz altiva
Com o som da viola que ponteia.
POIS OS VERSOS QUE “TRAGO” EM MINHA VEIA,
FUI BUSCAR NAS FONTES DE PATATIVA.

As mazelas da vida encravaram
No meu peito algumas decepções,
Mas eu busco nos versos soluções
Pra curar as feridas que ficaram.
Para aqueles que o mal me desejaram
Deixo o mote de minha narrativa,
Em poética de métrica construtiva
Com o brilho da rima e da candeia.
POIS OS VERSOS, QUE “TRAGO” EM MINHA VEIA,
FUI BUSCAR NAS FONTES DE PATATIVA.

Se quiserem que eu seja um traidor
É melhor não chegarem até a mim,
Que jamais serei Judas ou Caim,
Nem também causarei tal dissabor.
Pois o falso é também bajulador
Que só age de maneira vingativa.
E só se juntam em uma coletiva
Quando é pra falar da vida alheia.
POIS OS VERSOS QUE “TRAGO” EM MINHA VEIA,
FUI BUSCAR NAS FONTES DE PATATIVA.

O meu verso tem riso de criança
E a bondade de Deus que nos conduz,
Tem a aura dos anjos e sua luz
Que nos faz renascer a esperança.
Tem métrica da boa aventurança
E uma rima fraterna e construtiva.
Tem poética em sua narrativa
Pra brindar o Jesus que me "norteia".
POIS OS VERSOS QUE “TRAGO” EM MINHA VEIA,
FUI BUSCAR NAS FONTES DE PATATIVA.

O meu verso é o canto de ninar
Da criança no seu leito agasalhada,
É o vento que conduz bela jangada
Que flutua no mar a derivar.
Na esperança que alguém vá lhe encontrar
Pra fazer parte da sua comitiva.
É a voz que lhe tira da deriva,
Juntamente com o canto da sereia.
POIS OS VERSOS, QUE “TRAGO” EM MINHA VEIA,
FUI BUSCAR NAS FONTES DE PATATIVA.

O meu verso tem luz de candeeiro
Que “alumia” o escuro do sertão,
Tem o mote que carrego no surrão
Pra cantar quando chego ao terreiro.
E azagaia cortante do guerreiro,
Com a mira ligeira e assertiva.
Tem o aço que penetra a carne viva,
Que alimente o primitivo da aldeia.
POIS OS VERSOS QUE “TRAGO” EM MINHA VEIA,
FUI BUSCAR NAS FONTES TE PATATIVA.

O meu verso tem a paz e o canhão
Que carrego para o campo de batalha,
Quando aperto o gatilho ele não falha,
Lança flores pra toda multidão.
É o guerreiro da paz e união,
E destemido na força inofensiva.
Ao invés de refrega ele incentiva,
Inimigos, sentarem pra uma ceia.
POIS A RÍMA QUE "TRAGO" EM MINHA VEIA,
FUI BUSCAR NAS FONTES DE PATATIVA.

Assis Coimbra: Todos direitos reservados.
Abraços cheios de “CORDELADOS”.

FAÇO VERSO EM PROL DA PRESERVAÇÃO, PRA NÃO VER MEU PLANETA EXTERMINADO.



Das queimadas foge a onça e a serpente
E o teiú que rasteja pelo chão.
Também foge o bonito corujão,
Nas cidades aparecem de repente.
E respirando carbono poluente,
O efeito de um progresso mal traçado.
E eu afirmo, o homem é o culpado
Que se deixa levar pela ambição.
FAÇO VERSO EM PROL DA PRESERVAÇÃO,
PRA NÃO VER MEU PLANETA EXTERMINADO.

Já não tem água limpa no riacho
E também pé de cedro e mulungu,
Esta acabando a palmeira babaçu
E a beleza do angico com “pistacho”.
Tá sumindo o bugio e o sanhaço
Seu habitar está todo devastado.
O leão está no circo acorrentado
Sendo exemplo da vil escravidão.
FAÇO VERSO EM PROL DA PRESERVAÇÃO,
PRA NÃO VER MEU PLANETA EXTERMINADO.

Quem retira da terra o alimento
Já lhe falta semente pra plantar,
Se quiser o transgênico vá comprar
Pois quem sabe terá um abatimento.
Eu abomino tão vil procedimento
Que transforma orgânico em “fabricado”.
Pra deixar todo “solo” envenenado
Tudo em nome da globalização.
FAÇO VERSO EM PROL DA PRESERVAÇÃO,
PRA NÃO VER MEU PLANETA EXTERMINADO.

Eu tenho dó dessa gente tão sofrida
Que é vitima de guerra e terremoto,
Do El Niño que provoca maremoto
E dos órfãos da luta fratricida.
Dos sem tetos que vivem sem guarida
Ou quem “mora” em barraco improvisado.
Pois quando chove, seu “lar” é arrastado
E seus sonhos que são parcos vão ao chão.
FAÇO VERSO EM PROL DA PRESERVAÇÃO,
PRA NÃO VER MEU PLANETA EXTERMINADO.


Gostaria de ser Papai Noel
E dizer para todos que tem fome,
Que eu existo apenas só no nome
E tão pouco eu seria infiel.
Pra deixar para os párias só o fel,
Se assim fosse queria ser jogado.
No inferno de DANTE e ser queimado,
Pra jamais alcançar a salvação.
FAÇO VERSO EM PROL DA PRESERVAÇÃO,
PRA NÃO VER MEU PLANETA EXTERMINADO.

Nesse mundo de tantos carnavais
Vejo fetos jogados nos monturos,
Vejo gente abortando nascituros
Concebido em terríveis bacanais.
No afã de gemidos e muitos “ais”,
Vejo pernas num corpo entrelaçado.
Gerando mais um ser indesejado
Que em curetagem terá extirpação.
FAÇO VERSO EM PROL DA PRESERVAÇÃO,
PRA NÃO VER MEU PLANETA EXTERMINADO.

Vou pedir para toda patricinha
Que compra dez sapatos todo dia,
Para dar um chinelo pra Maria
E também um tamanco pra Martinha.
Que em casa só chegam à noitinha,
Depois de catarem o descartado.
Em um velho lixão abandonado,
Com aqueles que vivem na exclusão.
FAÇO VERSO EM PROL DA PRESERVAÇÃO,
PRA NÃO VER MEU PLANETA EXTERMINADO.

O dinheiro que se gasta pra fazer
Submarino para guerra nuclear,
E “mina” que só serve pra matar
Quer saber o que eu acho, vou dizer:
Daria pro planeta abastecer,
E o dinheiro melhor ser empregado.
Ajudando quem vive flagelado,
Das calçadas fazendo seu colchão.
FAÇO VERSO EM PROL DA PRESERVAÇÃO,
PRA NÃO VER MEU PLANETA EXTERMINADO.

Vou pedir pro mundo não fabricar
Tal escudo invisível antimíssil,
Também porta-aviões portando míssil
E nem pensar em ogivas nuclear.
Nem fragatas que flutuam sobre o mar
Com torpedo e fuzil engatilhado.
Queria ver tudo isso ser trocado,
Pela paz e por alimentação.
FAÇO VERSO EM PROL DA PRESERVAÇÃO,
PRA NÃO VER MEU PLANETA EXTERMINADO.

O soldado no campo de batalha
Pra viver mata alguém que não conhece,
Se der sorte, na trincheira amanhece
Só ouvindo o barulho da “metralha”.
E o grito do sargento que lhe ralha
Por estar em um canto confinado.
Olhando para um corpo metralhado,
Do amigo que morreu lhe dando a mão.
FAÇO VERSO EM PROL DA PRESERVAÇÃO,
PRA NÃO VER MEU PLANETA EXTERMINADO.

Assis Coimbra: Todos direitos reservados.
Abraços cheios de “ECORDELANÇAS”.