quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

NOTÍCIAS QUE EU QUERO LER.


Quando eu abrir os jornais
Eu quero que esteja escrito,
Que ninguém mais passa fome
No planeta em que habito.
Também quero em todos ler,
Que no “globo” não vai ter,
Mais espaço pra conflito.

Quero ler boas notícias
Que já cansei de esperar,
“Que o mar vai virar sertão”
“E o sertão vai virar mar”.
Que o amigo CONSELHEIRO,
Homem bom, "santo" e guerreiro,
Vai voltar pra festejar.

Não vejo à hora de ler
Que acabou a ditadura,
Que todos têm liberdade
Pra sair da desventura.
Que o ser de qualquer crença,
Cultive sem desavença,
Seus conceitos de cultura.

Faz tempo que espero ler
Em MANCHETE nos jornais,
Noticias animadoras
Com letras bem garrafais.
Que o terrorismo acabou,
E o arrogante se calou,
E com ninguém grita mais.

Eu vou ter prazer de ler
Que a inveja adoeceu,
Foi parar na U.T.I
Não teve jeito e morreu.
E o traidor no seu enterro,
De triste foi ao desterro,
E nunca mais apareceu.

Que tem cura para o câncer
É outra que eu quero ler,
E descobriram remédio
Que é pra gente não morrer.
Que filhos respeitam pais,
E Hitler não volte mais,
Pros semitas não sofrer (...)

Assis Coimbra. Todos direitos reservados.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

"O macaco que não gosta de banana".

Cor do textoPróximo livro do ator e autor Assis Coimbra
Um pequeno prólogo.


Oh bela e meiga musa
Estrela da poesia,
Peço-te me deixe entrar
No reino da fantasia.
Com o meu verso rimando
Na mais perfeita harmonia.

Ao Deus supremo do amor
Força da divina glória,
A vos peço inspiração
Pra narrar essa história.
Recheada de aventura
Em toda sua trajetória.

Eu vou narrar com carinho
O CRIADOR não me engana,
E sempre estará comigo
Nessa historia bacana,
Que fala de um macaco,
Que não gosta de banana.

Mas antes caro leitor
Três crianças vou citar,
Gabriela e Isabela
E Renan pra completar.
Personagens da história
Que agora eu vou contar.

As crianças são irmãs
E filhas do seu Ortiz,
E também de dona Lera
Assim o destino quis.
Que essa humilde família
Vivesse alegre e feliz.

Gabriela é mais velha
E Renan é o do meio,
Isabela filha mais nova
E por isso tem receio,
Que na hora da brincança
Deixem-lhe de escanteio.

A mãe é dona de casa
E faz tudo com carinho,
Cuidando bem da família
Gosta de tudo certinho,
E na rima do cordel
O pai ganha um dinheirinho.

Aqui os pais das crianças
Agora deixo de lado,
E passo a falar dos filhos
Num dia de feriado,
Que se encontram brincando
Se divertindo um bocado.

Brincando de pula-cela
Se divertindo eles vão,
E também de amarelinha
Que é riscada no chão,
Mas Belinha pra saltar
Pega na mão do irmão.

As brincadeiras são tantas
Dessa turminha sapeca,
Renan empina uma pipa
As duas nanam boneca,
E para imitar os pais
Fingem que tiram soneca.

Brincam de trava-língua
De parlenda e cabra-cega,
E também vadeiam de,
Bate-cara e pega-pega,
Enfim, aquele que perde
No ombro o outro carrega (...)

Abraços cheios de "ECORDELANÇAS",

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Sobre a peça teatral "ECORDELANÇA".


SOBRE A PEÇA “ECORDELANÇA”.

A primeira parte do espetáculo é totalmente narrativa, versejado em sextilha, por narradores de cordel, que contam de maneira despojada, graciosa e às vezes contundente, a pegada ecológica desde a pré-história e a descoberta do fogo, até a “chegança” de Cabral ao Brasil, extraindo riquezas, como minérios e pau-brasil, entre outros, além de matar, doutrinar (catequizar) e escravizar os índios. Outro ponto enfocado na narrativa é o tráfico e venda de escravos que fez parte do processo de colonização, período em que os negros foram submetidos às mais terríveis torturas, ao mesmo tempo em que mostraram várias formas de resistência, entre as quais as fugas e a formação de quilombos, formando lideranças como, Ganga Zumba e Zumbi dos Palmares. A narrativa culmina com o avanço industrial e tecnológico do Brasil até os dias atuais.
Em sua segunda parte, o espetáculo aborda as conseqüências dessa saga desenvolvimentista predatória sobre a ecologia, cuja degradação revela a face do capitalismo selvagem, que leva a um processo cada vez mais questionável, tanto do ponto de vista ambiental, quanto econômico e social. Isto porque, as conseqüências do desgaste do planeta atingem toda a humanidade, enquanto os benefícios destinam-se apenas uma pequena parte da população mundial que constitui o mercado consumidor. Em resumo, se as conseqüências negativas são globais, os benefícios do progresso não são usufruídos por todos, levando a que grande parte, se não a maioria, sobreviva sem condições dignas, no subemprego ou até mesmo nos lixões, como fica evidenciado neste trabalho, por meio de uns catadores, que têm no lixo sua única fonte de sobrevivência.


ENCENAÇÃO:

A encenação de ECORDELANÇA, que é uma adaptação do cordel A MARCHA DA HUMANIDADE E A DEGRADAÇÃO DA NATUREZA de minha autoria, enfoca quatro momentos históricos (pré-história, descobrimento do Brasil e colonização, escravidão e o avanço tecnológico). Conservei a linha narrativa e a oralidade da poesia popular (cordel), para retratar os quatro momentos citados, juntando a ação dramática ou mesmo jocosos e mantendo fiel a tônica da rima sem abrir mão da sua característica popular de origem: entreter com o riso e através dele a informação.
Outro ponto a ser destacado na direção foi à junção de bonecos (fantoches) para ilustrar os personagens citados na narrativa, juntamente com musicas, aboios e toadas acompanhados por instrumentos inerentes ao tema. O único momento em que faço uso da “quarta parede”, como costumamos falar na linguagem teatral (distanciamento ator e platéia), é a cena do catador que faz do lixo a sua sobrevivência. Retratando assim a vida de milhões de pessoas deste planeta. Com exceção da mesma, dei espaço à imaginação do ator para se comunicar com o público ao qual se destina.

Assis Coimbra.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Festa de cultura popular de Ribeirão Pires.

“Estou do lado direito do boi”.

No dia 12 de setembro, dando segmento a festa de cultura popular de Ribeirão Pires, onde estou coordenador de teatro, ficou sobre minha incumbência contratar trabalhos que fizessem parte do tema. Por se tratar de uma tarefa que faço com satisfação (para se ter idéia a satisfação é tão grande e maior do que a distância que separa São Paulo do Maranhão). Não pensei duas vezes e contratei uma peça de teatro para o publico infantil, uma oficina de cordel, um trio de forró pé de serra e o grupo CUPUAÇU tradicional em danças folclóricas Brasileiras e por achar, uma das manifestações mais envolvente do repertório dos brincantes, escolhi o BUMBA-MEU-BOI. E claro como faço parte desse universo pedi licença ao mestre, (Amo e tirador de toadas) para que me deixassem brincar (dançar) um pouco. E ao meu querido Maranhão e ao grupo CUPUAÇU, dedico às estrofes em cordel. Os meus agradecimentos a todos que participaram e promoveram de alguma maneira o nosso bonito evento. E viva todas as culturas.


São Luiz é capital
Do estado do Maranhão,
Onde tem festa de boi
Para louvar São João.
Tem matracas e brincantes,
Com fitas esvoaçantes.
No ritmo do “pandeirão”.

Tem dança de todo jeito
No nosso imenso sertão
O passo do “mulundu”
Xaxado, xote e baião.
Tem a dança dos Caretas
No batuque das retretas
Nas terras do maranhão.

Abraços cheios de “ECORDELANÇAS”.



sábado, 21 de agosto de 2010

Oh! santo anjo Querubim, nos proteja da maldade.


.
A coisa que mais odeio
É gente que leva e trás,
Parece até Satanás
Que das profundezas veio.
Gente assim eu bombardeio
Com a cruz da santidade.
Esmagando a crueldade
Do peito desses Caim.
OH! SANTO ANJO QUERUBIM,
NOS PROTEJA DA MALDADE.

Aqueles que têm dinheiro
Carro bonito e mansão,
Sempre terão na mão,
Puxa saco e trapaceiro.
E também um pistoleiro,
Que pratica só maldade.
Pois pra ele a crueldade,
É um mal que não tem fim.
OH! SANTO ANJO QUERUBIM,
NOS PROTEJA DA MALDADE.

Tem gente que acorda cedo
E nem faz sinal da cruz.
Não quer saber de Jesus,
Diz que de nada tem medo.
Se alguém lhe encosta um dedo
Não tem se quer piedade.
E com grande vaidade
Faz o maior estopim.
OH! SANTO ANJO QUERUBIM,
NOS PROTEJA DA MALDADE.

Se eu ligo a televisão
Vejo morte e violência,
Gente pedindo clemência
Outros tendo convulsão.
Meu Deus quanta confusão
Onde está a irmandade.
Diga-me por caridade
Se isso tudo vai ter fim.
OH! SANTO ANJO QUERUBIM,
NOS PROTEJA DA MALDADE.

É filho matando pai,
É pai estuprando filho
Com isso não compartilho
Ajude-me oh! “ADONAI”.
Pois não sei quando é que vai
Parar tanta “enfermidade”.
Peço-lhe por caridade
Não deixe atingir a mim.
OH! SANTO ANJO QUERUBIM,
NOS PROTEJA DA MALDADE.

Quando arrumamos emprego
E mostramos competência,
Aparece a maledicência
Na figura de um “pelego”.
Tirando nosso sossego
Falando de lealdade.
Mas é pura falsidade
Cuidado com “gente” assim.
OH! SANTO ANJO QUERUBIM,
NOS PROTEJA DA MALDADE.

Tem gente que por dinheiro
Mata feto e nascituro,
Depois joga no monturo
Assim vive o trapaceiro.
Dessa forma o embusteiro
Vai “semeando” maldade.
Fazendo aborto a vontade
Pra depois fazer festim.
OH! SANTO ANJO QUERUBIM,
NOS PROTEJA DA MALDADE.

Assis Coimbra. Todos direitos reservados.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Quero ver você rimar.

O DESRESPEITO é grosseiro
Não rima com lealdade,
Deve apanhar no traseiro
Quem anda com falsidade.
Pra você que quer versar,
NATUREZA é a palavra,
Quero ver logo rimar.

NATUREZA, palavra linda
Que contem muita beleza,
Nela, os ecossistemas
Reinam puros, com certeza,
Pra você, que quer versar,
JUSTIÇA é a palavra,
Quero ver logo rimar.

JUSTIÇA, só a divina
Que também é gloriosa,
Pois Jesus é quem ensina
Ser correta, não bondosa.
Já a do homem é vulgar,
BONDADE é a palavra
Quero ver logo rimar.

BONDADE, bela escrita
Que soa fraternidade,
Juntando as duas temos:
A soma da igualdade.
Pra você quer brigar,
ALEGRIA é a palavra,
Quero ver logo rimar.

ALEGRIA é coisa boa
Faz o sujeito feliz.
Anima-se e ri a toa
Quando ler versos que fiz,
Pra você que quer brincar,
CASTIGO é a palavra
Quero ver logo rimar.

CASTIGO, só pega bem
Se for aplicado certo,
Se o sujeito anda na linha,
Aplicá-lo é incorreto.
Se você quer se vingar,
MANSIDÃO é a palavra,
Quero ver logo rimar.

MANSIDÃO, eu peço a Deus
Para o próximo tratar bem,
E todos com igualdade
Não quero excluir ninguém.
Oh! Bom “pastor” me proteja
E sempre comigo esteja,
Homem santo de Belém.

Assis coimbra. Todos direitos reservados.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Cidadão?

Vejo muito “cidadão”
Dormindo até ao relento,
Que pra ganhar seu sustento
Cata lata e papelão.
No inverno ou no verão,
Ele coleta ABORRIDO,
O resto do consumido
Pela parte da nobreza,
Que não divide a riqueza
Com o pobre do oprimido.

Do jeito que a coisa vai
Quem é assalariado,
Sempre será confinado
E da miséria não sai.
Chora a mãe e chora o pai,
Em meio a tanta carência.
Porque nem mesmo a ciência,
Explica tanta maldade.
Pois no lugar da bondade
Impera a maledicência.

Sinto-me muito honrado
Em morar no meu Brasil.
Mesmo já sendo senil,
Me encontro revigorado.
Por isso vivo centrado
E sempre estendendo a mão,
Para ajudar meu irmão
Trabalhador excluído,
Que se encontra banido
Pelo o primeiro escalão (...)

Assis Coimbra: Todos direitos autorais.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Antes de vir pra cidade....


Antes de vir pra cidade
Eu morava no sertão,
Caçava de baladeira
De bodoque e mosquetão.
Pegava nhambu, preá,
E botava para assar,
No braseiro do fogão.

Mamãe trazia a cumbuca
Com farinha e feijão,
Depois misturava tudo
Pra completar o pirão.
Dizia: “Podem comer”!
Que a manhã pode não ter,
Nem angu pra refeição.

Num total de doze irmãos
Na escala eu era o quinto.
Minha mãe trabalhadeira,
Isso é verdade, não minto.
O meu pai era um tropeiro,
Viajava o mês inteiro,
Para não nos ver faminto.

Quando chegava de tarde
Ouvia mamãe chamar:
“Acabou a brincadeira”
“È hora de se banhar”.
Ouvindo isso eu corria,
E bem depressa corria,
Pro riacho tibungar.

Às vezes sinto saudade
Do vôo da passarada,
Do pio do bacurau,
Deixando a noite encantada.
Tenho lembrança da choça,
Para o descanso na roça,
No meio da milharada.

Do luar tenho saudades
Que alumiava o terreiro,
Dos vaga-lumes nas moitas
Brilhando que nem braseiro.
Do milho que a gente assava,
Quando a espiga encostava,
Na brasa do fogareiro.

Nunca me sai da lembrança
O aboiar do vaqueiro,
Que corria atrás do gado
Com seu cavalo ligeiro.
Soltando um verso bonito,
Ecoando no infinito,
Nas serras do tabuleiro.

Das estórias de Trancoso
Que toda noite eu ouvia,
Das caçadas de tatu
Do canto da cotovia.
Das festas de são Gonçalo,
Do belo canto do galo,
Quando clareava o dia.

Assis Coimbra
Todos direitos reservados.
É proibido fazer uso sem a devida permissão do autor.
Abraços cheios de “ECORDELANÇAS”.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

A lembrança da noite enluarada,.......




A LEMBRANÇA DA NOITE ENLUARA, NÃO ME SAI DA CABEÇA NOITE E DIA.

Mote e glosa: Assis Coimbra.

Quando eu lembro da vida no sertão
A saudade dolente chega ao peito
Pois na roça o serviço era bem feito
Toda ela branquinha de algodão.
Bem bonita com fava e com feijão,
Tinha inhame, maxixe e melancia
E o melão bem gostoso que eu comia,
Todo dia sentado na calçada.
A LEMBRANÇA DA NOITE ENLUARADA,
NÃO ME SAI DA CABEÇA NOITE E DIA.

Eu me lembro do pio do nambu
Cantando bem no meio da chapada,
Quando eu ia fazer uma caçada,
Na esperança de pegar um tatu.
Também procurava mel da Uruçu,
Pra trazer o sustento da família.
E depois da labuta sempre eu ia,
Assistir uma bela vaquejada.
A LEMBRANÇA DA NOITE ENLUARADA
NÃO ME SAI DA CABEÇA NOITE E DIA.

Quando eu ouço o canto da cigarra
O coração acelera no meu peito.
Fico triste, alegre até sem jeito,
A lembrança do meu chão em mim se agarra.
Quando andava descalço na piçarra.
A estrada de tão quente até “tremia”,
E um punhado de farinha eu comia,
Para agüentar o resto da empreitada.
A LEMBRANÇA DA NOITE ENLUARADA
NÃO ME SAI DA CABAÇA NOITE E DIA.

Todo dia quando deito no meu leito
Eu me lembro da vida no sertão,
Do arroz que eu “pisava” no pilão
E com feijão ou quiabo ele era feito.
Pra comer no roçado era perfeito
Antes mesmo que desse o meio dia.
Bem faminto numa cuia eu comia
E deixava a barriga alimentada.
A LEMBRANÇA DA NOITE ENLUARADA
NÃO ME SAI DA CABEÇA NOITE E DIA.

Quando eu era menino no sertão
Pra caçar eu fazia até mundé,
E a noite eu pegava jacaré
Faxiando com luz de lampião.
Com embira amarrava meu calção
Que mamãe costurava e eu vestia.
A brincadeira era tanta que eu nem via
Quando o dia terminava a jornada.
A LEMBRANÇA DA NOITE ENLUARADA,
NÃO ME SAI DA CABEÇA NOIE E DIA.

Da soleira eu ficava a esperar
Para ver muita gente em procissão,
Que passavam entoando oração
Pedindo para Deus chuva mandar.
E assim nossa vida melhorar
Pois a água da chuva logo enchia.
Os açudes e a cacimba vazia
E depressa a semente era plantada.
A LEMBRANÇA DA NOITE ENLUARADA,
NÃO ME SAI DA CABEÇA NOITE E DIA.

Todos direitos reservados ao autor.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Encontro de bons artistas.




O CANTOR E VIOLEIRO WAGNER MINEIRO, QUE ATUALMENTE INTEGRA OS NARRADORES DE CORDEL, AO LADO DO ÍCONE DA MUSICA POPULAR E ERUDITA (A ESQUERDA) PEREIRA DA VIOLA E DEMAIS INTEGRANTES, ANTES DE SE APRESENTAREM NO SESC ITAQUERA.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Só a mãe pode dizer...


SÓ A MÃE PODE DIZER.

Quando nós somos gerados
E vida passamos ter,
Ficamos dentro do útero
Esperando pra nascer.
Se a gente fica doente,
Alegre, triste ou contente,
SÓ A MÃE PODE DIZER.

Nove meses são passados
Nossa mãe passa a gemer,
Dizem: São dores do parto,
A criança vai nascer!
Se é a mais linda do mundo,
Ou vai se chamar Raimundo,
SÓ A MÃE PODE DIZER.

É na pia batismal
Que o nome se faz valer,
Depois vem a certidão
É assim o proceder.
Mas em qual religião,
Vai batizar o filhão,
SÓ A MÃE PODE DIZER.

Aos três anos de idade
Na pré-escola vai ter
A primeira professora
Pra lhe ensinar escrever,
Mas como se comportar,
Para melhor estudar,
SÓ A MÃE PODE DIZER.

Quando está mais crescidinha
Muito brinquedo quer ter,
Brinca de cabo de guerra
E também de se esconder,
Mas se quer ir para rua,
Achando que é toda sua,
SÓ A MÃE PODE DIZER.

Quando chega adolescência,
Muitos amores que ter,
Não ligando pra estudo
Só vivendo de prazer.
Se está agindo errado,
Deixando o certo de lado,
SÓ A MÃE PODE DIZER. (....)

Assis Coimbra. Todos direitos reservados

sábado, 29 de maio de 2010

Assis Coimbra dos NARRADORES DE CORDEL, fala sobre Cordel e SUSTENTABILIDADE.


Literatura de cordel e meio ambiente, não são apenas para datas comemorativas, pois assim for não tem sentido a palavra SUSTENTABILIDADE.


Cresce cada vez mais entre os educadores e professores o interesse pela literatura de cordel, essa maravilhosa forma de contar em versos (seja em quadra, sextilha ou setilha), histórias que encantam os ouvintes, não importando o gênero: jocoso; trágico; aventura; história de amor ou mesmo servindo como instrumento jornalístico. É com particular satisfação que constato essa valorização, tendo em vista minhas origens culturais que tanto tenho lutado para preservar.
Da minha infância e adolescência, marcadas pela cultura popular nordestina, eu Assis Coimbra, lembro-me bem e particularmente de quando morava em São José dos Perdidos, antigo vilarejo de Caxias, Maranhão e via chegarem os poetas de cordel atraindo as famílias para audições atentas de muitas estórias envolventes, como a do pavão misterioso, a chegada de Lampião ao inferno, contos de fada ou mesmo notícias das cidades grandes, que de outra forma não poderiam chegar àquele pequeno povoado, por falta de veículos de comunicação.
Terminada a cantoria, que era como se chamavam as apresentações, ia deitar-me em minha humilde rede, embalado pelas estórias, que me impressionavam pelas aventuras vividas por seus personagens, além da musicalidade e oralidade que permaneciam gravadas em minha mente. Tal emoção fazia-me sonhar em um dia ser um cantador ou cordelista para contar em versos as estórias de “trancoso” (referência ao escritor português, Gonçalo Fernandes Trancoso, ou fruto do imaginário popular), que eu costumava ouvir minha mãe contar. Universo literário do qual agora faço uso nesse novo trabalho, com a dupla finalidade de sensibilizar sobre a importância da preservação ambiental, por meio da linguagem melódico-poética de uma das mais fascinantes vertentes da cultural popular do Nordeste: a literatura de cordel.
A junção destes dois temas (meio ambiente e cultura popular, no caso o cordel), justifica-se por serem eles elementos inerentes e vitais à existência humana e que, portanto, são fatores que devem fazer parte do cotidiano, independentemente de datas comemorativas: dia do Meio Ambiente e Dia do Folclore.

Assis Coimbra: Ator e Cordelista.

sábado, 8 de maio de 2010

Assis Coimbra dos NARRADORES DE CORDEL e Nilce


Nilce, o meu fraterno abraço.

Wagner Mineiro e Assis Coimbra dos NARRADORES DE CORDEL, na Universidade Cruzeiro do Sul


O brigado pela recpção. Meu eterno agradecimento a instituição e essas pessoas maravilhosa.

Assis Coimbra dos NARRADORES DE CORDEL, na Universidade Cruzeiro do Sul.


A coordenadora Rosimary, uma incentivadora das artes

Assis Coimbra dos NARRADORES DE CORDEL, autografando alguns cordéis na Cruzeiro do Sul


Uma admiradora da literatura de cordel

Público assistindo atento a Palestra de Assis Coimbra, dos NARRADORES DE CORDEL


Platéia atenta e querendo saber muito sobre cordel. Universidade Cruzeiro do Sul.

Assis Coimbra, dos NARRADORES DE CORDEL, palestrando na Universidade Cruzeiro do sul


ASSIS COIMBRA

terça-feira, 23 de março de 2010

Assis Coimbra e Wagner mineiro do NARRADORE DE CORDEL em entrevista a Fm UNESP.


Assis Coimbra e Wagner Mineiro, em entrevista á rádio Fm Unesp, com o entrevistador Oscar, o qual agradecem muito pela oportunidade.


Aos poetas populares
Aqui rendo meus louvores.
Ninguém é pós-graduado
Mas na arte são doutores.
São “brincantes”, “rabequeiros”,
Trovadores, violeiros,
E exímios cantadores.

Patativa do Assaré
Foi mestre no que fazia,
Leandro Gomes de barros
Sabia o que escrevia.
E o Manoel Monteiro?
Cordelista verdadeiro,
Na arte da poesia.

Assis Coimbra. Todos direitos reservados.

A Lua




A LUA
Autor: Assis Coimbra.

Poeta GONÇALVES DIAS
Das terras do Maranhão,
Aqui lhe peço licença
Para falar do clarão,
Aquele que vem da lua,
De beleza, toda nua,
ALUMIANDO o sertão.

Saindo de trás da serra,
Chega o luar nos sertões
ENCANDECENDO as florestas
Chapadas e GRUTIÕES.
É uma lanterna potente,
Com seu foco reluzente,
Apascentando corações.

Eu gosto de balançar
Em cadeira preguiçosa,
Olhando a lua no céu
Linda, faceira e formosa!
Brilhando igual um tesouro,
Jorrando raios de ouro,
Meiga, bela e graciosa.

Com seu brilho encantador
A lua nos presenteia,
Com lindo facho de luz
Todo terreiro clareia.
Aonde se contam histórias,
Dos heróis e suas glórias,
Sem precisar de CANDEIA.

A lua também clareia
O REINO DO MAR SEM FIM,
Inspira contos de fadas
histórias de Aladim.
Cintila, o mar Egeu,
Também Marília e Dirceu,
E as flores do meu jardim.

Falta-me até palavras
Pra descrever o luar,
Brilhando na noite escura
Nas terras do meu lugar.
O seu brilho é tão bonito,
Com São Jorge no infinito,
No cavalo a cavalgar.

Belo brilho radiante,
Tem o clarão do luar.
Divino manto de luz,
Que a noite vem clarear.
Com seus raios cintilantes,
A alcova dos amantes,
Quando vão se cortejar.

O luar faz radiante
Os poetas trovadores,
Que cantam suas serestas
Pra Ana, Rita e Dolores.
Até mesmo o grande Orfeu,
Nos seus versos ofereceu,
A lua pra seus amores.

Todos direitos reservados.

sábado, 20 de março de 2010

Quem nasceu primeiro, foi o ovo ou a galinha?


Peleja com Edmilson Garcia e Assis Coimbra.
MOTE: EDMILSON GARCIA.


EDMILSON GARCIA

GENIVAL JA PERGUNTOU
MAS NINGUEM LHE RESPONDEU
AGORA PERGUNTO EU
COMO TUDO COMEÇOU
A NATUREZA CRIOU
TUDO,,SEM FALTAR NADINHA
FAÇO AQUI UMA PERGUNTINHA
ME RESPONDA BEM LIGEIRO
QUEM FOI QUE NASCEU PRIMEIRO
FOI O OVO OU A GALINHA


ASSIS COIMBRA

Valei-me Nossa senhora
Mãe de Deus de Nazaré
Diga-me como é que é
A resposta que dou agora.
Socorra-me sem demora
Diga-me minha Rainha.
Você que é minha madrinha
Pois querem saber ligeiro.
QUEM FOI QUEM NASCEU PRIMEIRO
FOI O OVO OU A GALINHA.


EDMILSON GARCIA

JACARÉ NASCE DO OVO
MAS NAO É FILHO DE GALO
EU APROVEITO O EMBALO
E DOU O EXEMPLO DE NOVO
A NATUREZA EU LOUVO
POIS À TUDO ELA SE ALINHA
QUANDO EU ÍA,ELA JA VINHA
COM SEU JEITO VERDADEIRO
DIGA QUEM NASCEU PRIMEIRO
FOI O OVO OU A GALINHA?

ASSIS COIMBRA

Já ouvi muitas perguntas
Difícil de responder.
Mas essa, vou te dizer,
Faz bom aluno sofrer.
Mas eu não vou padecer
Vou perguntar pra vizinha.
Pois ela tudo adivinha
Depois respondo matreiro.
QUEM FOI QUE NASCEU PRIMEIRO,
FOI O OVO OU A GALINHA.

EDMILSON GARCIA

SE A PERGUNTA É MEIO FORTE
E ESTÁ RUIM DE RESPONDER
BASTA SO O AMIGO VER...
UM BOI QUE JA FOI GARROTE
QUE UM DIA JA FOI FILHOTE
E A MAE JA FOI BEZERRINHA
NASCEU DE OUTRA VAQUINHA
E O TOURO É QUE FOI LIGEIRO
DIGA QUEM NASCEU PRIMEIRO
FOI O OVO OU A GALINHA

ASSIS COIMBRA

O homem já fez de tudo
Vez fragata e avião.
Pro jogador o calção
Veneno pra BORRACHUDO.
Mas logo fica sisudo
Não respondendo nadinha.
Zanga-se, se aporrinha
Se lhe pergunto faceiro:
QUEM FOI QUE NASCEU PRIMEIRO
FOI O OVO OU A GALINHA.

EDMILSON GARCIA

NAO FIQUE PREOCUPADO
SEJA UM OBSERVADOR
PENSE AÍ NUM PROFESSOR
QUANDO ELE FOI DOUTRINADO
PRA CONSEGUIR SEU MESTRADO
UM EDUCADOR ELE TINHA
TEVE QUE ENTRAR NA LINHA
POIS SEU MESTRE ERA ORDEIRO
DIGA QUEM NASCEU PRIMEIRO
FOI O OVO OU A GALINHA?

ASSIS COIMBRA

Você podia ficar
No seu canto ai calado.
Degustando um bom GROLADO
E não vim me complicar.
Pedindo para explicar
Essa sua "perguntinha".
“Que é muita engraçadinha”
Responda meu companheiro.
DIGA QUEM NASCEU PRIMEIRO,
FOI O OVO OU A GALINHA?

EDMILSON GARCIA

PRA A COISA NAO COMPLICAR
NAO VAMOS BOTAR RODEIO
NO MEIO DO TIROTEIO
SEI QUE NINGUEM QUER FICAR
NAO QUERO AQUI LHE TESTAR
NEM LHE DESVIAR DA LINHA
JA QUE A PERGUNTA É MINHA,
ME DIGA, MEU PARCEIRO
QUEM FOI QUE NASCEU PRIMEIRO
FOI O OVO OU A GALINHA?


ASSIS COIMBRA

Eu já vi CABRA teimoso
E curioso também.
Igual a esse, não tem
Eita “BICHO ABOMINOSO”!
Deixa agente “AFADIGOSO”
Perguntando “ABOBRINHA”.
Parece a erva daninha
Quando nasce no terreiro.
DIGA QUEM NASCEU PRIMEIRO
FOI O OVO OU A GALINHA?

EDMILSON GARCIA

VOU REPETIR A PERGUNTA
SEM QUERER LHE ABORRECER
SO ESTOU QUERENDO SABER
JA QUE A PELEJA É CONJUNTA
COM A FRANGA O FRANGO SE JUNTA
E TRANZAM SEM CAMISINHA
DEPOIS VEM,PINTO E PINTINHA
PRA ENFEITAR O TERREIRO
DIGA QUEM NASCEU PRIMEIRO
FOI O OVO OU A GALINHA?


ASSIS COIMBRA

Já “tomei” coice de mula
De jegue levei também
De leão puxei “sedém”
Comemorei, dancei chula.
Fazendo muita firula
Depois comi “dobradinha”.
Bem cedo de manhãzinha
Só não sei dizer ligeiro.
QUEM FOI QUE NASCEU PRIMEIRO
FOI O OVO OU A GALINHA.

EDMILSON GARCIA

ESTUDEI, E ESTUDEI
PESQUISEI NÃO DESCOBRÍ
JÁ CHOREI E JÁ SORRÍ
ATE DE PAÍS MUDEI
JURO QUE JÁ PERGUNTEI
ATE PRA MINHA VIZINHA
POIS ELA É TAO BOASINHA
E SABE TUDO, COMPANHEIRO
MENOS QUEM NASCEU PRIMEIRO
SE O OVO OU A GALINHA


ASSIS COIMBRA

Eu vou mandar fabricar
Um cadeado potente.
Pra calar esse insistente
E a língua dele “trancar”.
Pra nunca mais perguntar
Essa “lorota” chatinha.
“Igual um de galo de rinha”
Quando canta no poleiro.
DIGA QUEM NASCEU PRIMEIRO
FOI O OVO OU A GALINHA?


EDMILSON GARCIA

ANALISEI DIREITINHO
PRA DEPOIS LHES PERGUNTAR
PROCUREI AVALIAR
DESDE O INÍCIO DO CAMINHO
PRA NÃO HAVER DESALINHO
E NÃO VIRAR LADAINHA
SE A PERGUNTA É BOASINHA
ME RESPONDA COMPANHEIRO
QUEM FOI QUE NASCEU PRIMEIRO
FOI O OVO OU A GALINHA

Todos direitos reservados aos poetas.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

O que fazem os NARRADORES DE CORDEL.




Os NARRADORES DE CORDEL narram, cantam e contam histórias ou fatos em cordel, dando ação ao verso rimado, juntamente com a graça e dinâmica do ritmo, despertando interesse do público pela musicalidade da rima.

Objetivo: Levar ao espectador, o máximo de informação da cultura popular, consciência ambiental, social e ética, sem esquecer a diversão e o lazer.

Justificativa: Os narradores de cordel não têm a pretensão de servir de exemplo, mas é afirmativo em justificar sua existência, tendo como pano de fundo a educação, usando o Teatro e a Contação de Histórias ou fatos, através de narrativas, contos ou toadas ao som de instrumentos típicos que situam os ouvintes nas origens da literatura de cordel.

Assis Coimbra

Os NARRADORES DE CORDEL e ECORDELANÇA.


Assis Coimbra e Wagner Mineiro.
Ecordelança

O espetáculo é totalmente narrativo, versejado em sextilhas, por dois narradores de cordel, que contam de maneira despojada, graciosa e às vezes contundente, a pegada ecológica desde a pré-história e a descoberta do fogo, até a “chegança” de Cabral ao Brasil, extraindo riquezas, como minérios e pau-brasil, entre outros, além de matar, doutrinar (catequizar) e escravizar os índios. Outro ponto enfocado na narrativa é o tráfico e venda de escravos que fez parte do processo de colonização, período em que os negros foram submetidos às mais terríveis torturas, ao mesmo tempo em que mostraram várias formas de resistência, entre as quais as fugas e a formação de quilombos, formando lideranças como, Ganga Zumba e Zumbi dos Palmares. A narrativa culmina com o avanço industrial e tecnológico do Brasil até os dias atuais.


ASSIS COIMBRA


quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

A marcha da humanidade e a degradação da natureza.



Alguns trechos da obra " A marcha da humanidade..."

Há muitos anos atrás,
O povo da Pré-História
Habitavam nas cavernas
E ali contavam vitória,
E na pintura rupestre
Gravaram a sua glória.

Devido esse patrimônio
Por eles ali deixado,
Permitiu-nos no presente
Estudar nosso passado,
Por pessoas competentes,
Que fizeram bom mestrado.

Historiadores versados,
Na nossa etnografia
Que ensinam com clareza,
Toda a etnologia,
E o que o povo das cavernas
Fazia no dia-a-dia.

Geralmente eles ficavam
Perto de água vertente,
Pois tinha grande importância
Morar perto da nascente
De minas e corpos d’água
Que serviam toda gente.

Com lanças feitas de pontas
De pedra, os homens à espera
Da caça arriscavam a vida,
Enfrentando qualquer fera,
Não importava o tamanho,
Na luta árdua, severa.

Mas os bichos que matavam
Era apenas pra comer,
Não somente por maldade,
Muito menos por prazer,
E às vezes travavam lutas
Pra garantir o lazer
...

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Vendendo alguns cordeis.

Vera Lúcia, vendendo alguns folhetos de cordel, após a apresentação do espetáculo "ECORDELANÇA".
Ecordelança no Sesc Itaquera...

A arte também pode deixar uma criança Feliz. Se não puder ser um artista, seja um arteiro como tento ser. Conte estórias ou história que provoque um sorriso, assim por um momento Farás alegre, aqueles que são tristes. Assis Coimbra.