É bonito ver artistas, sabendo o que diz, o porquê diz e pra quem diz. Esses são OS NARRADORES DE CORDEL, Assis Coimbra e Emerson Ribeiro, que por enquanto compõem o grupo, na esperança de encontrarem um terceiro componente que vista a camisa dos NARRADORES e faça da mesma sua segunda pele. Eu, Assis Coimbra, sou o fundador do grupo, onde alguns já passaram e deixaram saudades. Externo aqui minha gratidão ao excelente ator e músico Emerson Ribeiro, pois me parece, que entendeu a proposta de trabalho deste “VELHO” Maranhense que aportou por esses lados, ou porque não dizer, na minha linda Estância Ribeirão Pires, em 1968 trazendo no “MATULÃO” as origens e costumes das plagas do sertão.
NARRADORES DE CORDEL
È nosso nome popular,
Sempre temos na cabeça
Uma história pra contar.
Passam dias passam meses
Nossa arte é “CORDELAR”
Cordel é literatura
Que veio de Portugal,
É poesia rimada
Fala do bem e do mal,
E era cantado nas gestas
Na época medieval.
O cordel fala de tudo
Que se possa imaginar,
Fala até de Lampião
O conto mais popular
E de Maria bonita
Com fuzil, e com “borná”.
Ele fala de João Grilo
E de Pedro Malazartes,
De Matheus e de Chicó
Retratando suas “artes”,
Fala também de brincantes
Com potentes Bacamartes.
Retrata muitos flagelos
De seca lá no sertão,
Fala de Mandacaru
Xique-Xique e Cansansão,
E também de “Padin Cico”
De sobre nome Romão.
Fala de peste e guerra
Que causa degradação,
Não esquece o tsuname
Causando devastação,
Comovendo o mundo inteiro
Como aquele no Japão.
Fala do misterioso
De pavão e vaquejada,
Não esquece a realeza
Nem a princesa encantada,
E famintos retirantes
Vagando pela estrada.
Fala da mulher rendeira
Fiando seu algodão,
De vaqueiro e vaquejada
Nos dias de apartação,
E também fala das festas
Para louvar São João (...)
Assis Coimbra. Todos direitos reservados.
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