terça-feira, 15 de março de 2011

Tristes fatos da história.

Texto para o meu próximo livro.

Peço ao mestre dos mestres
Que é testemunho ocular,
Que se eu esquecer me ajude
Pois eu tenho que narrar,
O que Cabral e outras corjas
Fizeram nesse lugar.

Amigo caro leitor,
A quem tenho lealdade,
Vou falar desses algozes
Contar-lhes toda a verdade
Pra nunca ser esquecido
Tamanha imoralidade.

De Brasil “quinhentos anos”
Agora eu passo a falar,
Que há pouco tempo atrás
Alguém quis comemorar,
Mas aconteceram fatos
Que não quiseram lembrar.

Eu não sei se de propósito,
Ou por puro esquecimento,
Ou se fecharam os olhos
Pra algum acontecimento;
Eu só sei que muitos fatos
Não citaram no evento.

Quando Cabral cá chegou,
Em 22 de abril,
Encontrou muitas riquezas,
Inclusive o pau-brasil
E dele deu-se o nome
Pra essa terra varonil,

Encontrou muitos biomas,
Inclusive a Mata Atlântica,
Muitas áreas de Cerrado,
A Amazônia romântica.
De qualquer canto que olhava,
A vista era panorâmica.

A vegetação intensa,
De mata até a Caatinga,
Tinha matas ciliares,
E também a de restinga,
E água do pantanal
Prá abastecer a moringa.

Os rios eram todos limpos
Com peixes em quantidade,
Os índios eram milhões
Fazendo festividade,
Tomavam banho e pescavam,
Demonstrando agilidade.

Viviam grande harmonia
Nas tribos em que moravam,
Curumins brincavam livres
Na terra que tanto amavam,
Sem saber que os estranhos
De longe os observavam.

Os índios quando notaram
Estranhos nas suas terras,
Ficaram muito espantados,
Alguns fugiram pras serras,
E outros foram correndo,
Mas muitos travaram guerras.

E Cabral com suas tropas
Bolaram logo um plano
Pra chegar perto dos índios,
Sem cometer um engano,
Pois, qualquer pisada em falso,
Entrariam pelo cano.

Depois de muito tentar
E muitos homens perder,
Os índios iam lutando,
Pois não queriam ceder,
Até que milhares deles
Começaram a morrer.

Passando o tempo, os brancos,
Alguns índios conquistavam,
Mas para conseguir isso,
Até presente lhes davam.
Com outros não tinha acordo,
E a lutar continuavam.

Mas aos poucos descobriram
Mais riquezas pra levar,
Que além do pau-brasil
Tinha muito a explorar,
Ouro, bauxita e prata,
Minério em todo lugar.

A notícia das riquezas
Pela Europa chegou,
E mais do que de repente
A França pra cá mandou,
Homens para conhecer
O que de bom se falou.

Desta forma, outros países
Por aqui também chegavam,
As missões eram as mesmas
Dos outros que aqui estavam:
Extraindo e devastando,
Tudo aquilo que encontravam.

Em meio a todo furdunço
E toda aquela masmorra,
Portugal tomou as rédeas
Pra botar ordem na zorra,
Mas quando a coisa está feia,
Não há santo que socorra!

Em mil quinhentos e trinta
Uma expedição chegou:
Era a “colonizadora”,
Que aqui desembarcou.
“Agora aqui vai ter ordem!”
Logo seu chefe gritou.

Esse era Martin Afonso,
Que um povoado fundou.
Foi de Vila São Vicente
O nome que ele chamou,
Deixando logo bem claro
Que a colônia começou.

A missão da expedição,
Além de colonizar,
Era expulsar daqui
Os povos de outro lugar,
Que queriam as riquezas
Daqui também retirar.

Travaram-se grandes lutas,
Matavam por desaforo,
Tudo isso por ganância
E a conquista do ouro
E também do pau-brasil,
Que valia um tesouro.

Dos índios tomavam as terras,
Os que lutavam morriam,
Porém os prisioneiros
Catequizados seriam.
Depois de feitos escravos,
Todo serviço faziam (...)

Assis Coimbra. todos direitos reservados.
Abraços "CORDELADOS"

Um comentário:

  1. Passe aqui neste blog
    Pra fazer uma visita
    De cara vi a história
    Do Brasil, achei bonita
    Deste jeito é que o cordel
    Desempenha o seu papel
    E a consciência, suscita.

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