sábado, 5 de março de 2011

FAÇO VERSO EM PROL DA PRESERVAÇÃO, PRA NÃO VER MEU PLANETA EXTERMINADO.



Das queimadas foge a onça e a serpente
E o teiú que rasteja pelo chão.
Também foge o bonito corujão,
Nas cidades aparecem de repente.
E respirando carbono poluente,
O efeito de um progresso mal traçado.
E eu afirmo, o homem é o culpado
Que se deixa levar pela ambição.
FAÇO VERSO EM PROL DA PRESERVAÇÃO,
PRA NÃO VER MEU PLANETA EXTERMINADO.

Já não tem água limpa no riacho
E também pé de cedro e mulungu,
Esta acabando a palmeira babaçu
E a beleza do angico com “pistacho”.
Tá sumindo o bugio e o sanhaço
Seu habitar está todo devastado.
O leão está no circo acorrentado
Sendo exemplo da vil escravidão.
FAÇO VERSO EM PROL DA PRESERVAÇÃO,
PRA NÃO VER MEU PLANETA EXTERMINADO.

Quem retira da terra o alimento
Já lhe falta semente pra plantar,
Se quiser o transgênico vá comprar
Pois quem sabe terá um abatimento.
Eu abomino tão vil procedimento
Que transforma orgânico em “fabricado”.
Pra deixar todo “solo” envenenado
Tudo em nome da globalização.
FAÇO VERSO EM PROL DA PRESERVAÇÃO,
PRA NÃO VER MEU PLANETA EXTERMINADO.

Eu tenho dó dessa gente tão sofrida
Que é vitima de guerra e terremoto,
Do El Niño que provoca maremoto
E dos órfãos da luta fratricida.
Dos sem tetos que vivem sem guarida
Ou quem “mora” em barraco improvisado.
Pois quando chove, seu “lar” é arrastado
E seus sonhos que são parcos vão ao chão.
FAÇO VERSO EM PROL DA PRESERVAÇÃO,
PRA NÃO VER MEU PLANETA EXTERMINADO.


Gostaria de ser Papai Noel
E dizer para todos que tem fome,
Que eu existo apenas só no nome
E tão pouco eu seria infiel.
Pra deixar para os párias só o fel,
Se assim fosse queria ser jogado.
No inferno de DANTE e ser queimado,
Pra jamais alcançar a salvação.
FAÇO VERSO EM PROL DA PRESERVAÇÃO,
PRA NÃO VER MEU PLANETA EXTERMINADO.

Nesse mundo de tantos carnavais
Vejo fetos jogados nos monturos,
Vejo gente abortando nascituros
Concebido em terríveis bacanais.
No afã de gemidos e muitos “ais”,
Vejo pernas num corpo entrelaçado.
Gerando mais um ser indesejado
Que em curetagem terá extirpação.
FAÇO VERSO EM PROL DA PRESERVAÇÃO,
PRA NÃO VER MEU PLANETA EXTERMINADO.

Vou pedir para toda patricinha
Que compra dez sapatos todo dia,
Para dar um chinelo pra Maria
E também um tamanco pra Martinha.
Que em casa só chegam à noitinha,
Depois de catarem o descartado.
Em um velho lixão abandonado,
Com aqueles que vivem na exclusão.
FAÇO VERSO EM PROL DA PRESERVAÇÃO,
PRA NÃO VER MEU PLANETA EXTERMINADO.

O dinheiro que se gasta pra fazer
Submarino para guerra nuclear,
E “mina” que só serve pra matar
Quer saber o que eu acho, vou dizer:
Daria pro planeta abastecer,
E o dinheiro melhor ser empregado.
Ajudando quem vive flagelado,
Das calçadas fazendo seu colchão.
FAÇO VERSO EM PROL DA PRESERVAÇÃO,
PRA NÃO VER MEU PLANETA EXTERMINADO.

Vou pedir pro mundo não fabricar
Tal escudo invisível antimíssil,
Também porta-aviões portando míssil
E nem pensar em ogivas nuclear.
Nem fragatas que flutuam sobre o mar
Com torpedo e fuzil engatilhado.
Queria ver tudo isso ser trocado,
Pela paz e por alimentação.
FAÇO VERSO EM PROL DA PRESERVAÇÃO,
PRA NÃO VER MEU PLANETA EXTERMINADO.

O soldado no campo de batalha
Pra viver mata alguém que não conhece,
Se der sorte, na trincheira amanhece
Só ouvindo o barulho da “metralha”.
E o grito do sargento que lhe ralha
Por estar em um canto confinado.
Olhando para um corpo metralhado,
Do amigo que morreu lhe dando a mão.
FAÇO VERSO EM PROL DA PRESERVAÇÃO,
PRA NÃO VER MEU PLANETA EXTERMINADO.

Assis Coimbra: Todos direitos reservados.
Abraços cheios de “ECORDELANÇAS”.

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