sábado, 27 de outubro de 2012

QUANDO CABRAL CÁ CHEGOU.




Imagem extraída do Google.

Treco da obra A MARCHA DA HUMANIDADE E A DEGRADAÇÃO DA NATIREZA.
Autor: Assis Coimbra. 


Peço ao mestre dos mestres
Que é testemunho ocular,
Que se eu esquecer me ajude
Pois eu tenho que narrar,
O que Cabral e outras corjas
Fizeram nesse lugar.
 *
Amigo caro leitor,
A quem tenho lealdade,
Vou falar desses algozes
Contar-lhes toda a verdade
Pra nunca ser esquecido
Tamanha imoralidade.
 *
De Brasil “quinhentos anos”
Agora eu passo a falar,
Que há pouco tempo atrás
Alguém quis comemorar,
Mas aconteceram fatos
Que não quiseram lembrar.
 *
Eu não sei se de propósito,
Ou por puro esquecimento,
Ou se fecharam os olhos
Pra algum acontecimento;
Eu só sei que muitos fatos
Não citaram no evento.
 *
Quando Cabral cá chegou,
Em 22 de abril,
Encontrou muitas riquezas,
Inclusive o pau-brasil
E dele deu-se o nome
Pra essa terra varonil,
*
Encontrou muitos biomas,
Inclusive a Mata Atlântica,
Muitas áreas de Cerrado,
A Amazônia romântica.
De qualquer canto que olhava,
A vista era panorâmica.
 *
A vegetação intensa,
De mata até a Caatinga,
Tinha matas ciliares,
E também a de restinga,
E água do pantanal
Prá abastecer a moringa.
*
Os rios eram todos limpos
Com peixes em quantidade,
Os índios eram milhões
Fazendo festividade,
Tomavam banho e pescavam,
Demonstrando agilidade.
*
Viviam grande harmonia
Nas tribos em que moravam,
Curumins brincavam livres
Na terra que tanto amavam,
Sem saber que os estranhos
De longe os observavam.
 *
Os índios quando notaram
Estranhos nas suas terras,
Ficaram muito espantados,
Alguns fugiram pras serras,
E outros foram correndo,
Mas muitos travaram guerras.
*
E Cabral com suas tropas
Bolaram logo um plano
Pra chegar perto dos índios,
Sem cometer um engano,
Pois, qualquer pisada em falso,
Entrariam pelo cano.
*
Depois de muito tentar
E muitos homens perder,
Os índios iam lutando,
Pois não queriam ceder,
Até que milhares deles
Começaram a morrer.
*
Passando o tempo, os brancos,
Alguns índios conquistavam,
Mas para conseguir isso,
Até presente lhes davam.
Com outros não tinha acordo,
E a lutar continuavam.
*
Mas aos poucos descobriram
Mais riquezas pra levar,
Que além do pau-brasil
Tinha muito a explorar,
Ouro, bauxita e prata,
Minério em todo lugar.
*
A notícia das riquezas
Pela Europa chegou,
E mais do que de repente
A França pra cá mandou,
Homens para conhecer
O que de bom se falou.
*
Desta forma, outros países
Por aqui também chegavam,
As missões eram as mesmas
Dos outros que aqui estavam:
Extraindo e devastando,
Tudo aquilo que encontravam.
*
Em meio a todo furdunço
E toda aquela masmorra,
Portugal tomou as rédeas
Pra botar ordem na zorra,
Mas quando a coisa está feia,
Não há santo que socorra!
*
Em mil quinhentos e trinta
Uma expedição chegou:
Era a “colonizadora”,
Que aqui desembarcou.
“Agora aqui vai ter ordem!”
Logo seu chefe gritou.
*
Esse era Martin Afonso,
Que um povoado fundou.
Foi de Vila São Vicente
O nome que ele chamou,
Deixando logo bem claro
Que a colônia começou.

A missão da expedição,
Além de colonizar,
Era expulsar daqui
Os povos de outro lugar,
Que queriam as riquezas
Daqui também retirar.
*
Travaram-se grandes lutas,
Matavam por desaforo,
Tudo isso por ganância
E a conquista do ouro
E também do pau-brasil,
Que valia um tesouro.
 *
Dos índios tomavam as terras,
Os que lutavam morriam,
Porém os prisioneiros
Catequizados seriam.
Depois de feitos escravos,
Todo serviço faziam (...)

É proibido o uso seja que por processo for, sem a devida permissão do autor.
Assis Coimbra. Todos direitos reservados.

3 comentários:

  1. Que lindo este seu versejar,
    Contido lá na garganta,
    Tão lindo de se soltar,
    Mas para soltá-lo ao mundo,
    tão belo e tão profundo,
    Só mesmo se CORDELAR!
    Leandro Coimbra

    http://leandroempoesia.blogspot.com.br/

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  2. Possível ver a homenagem que o Poeta, Escritor, Pensador e Compositor Leandro Coimbra fez ao senhor Assis Coimbra neste link:
    http://www.recantodasletras.com.br/cordel/3970377

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    1. Obrigado amigo Leandro Coimbra por suas palavras elogiosas, pois as mesmas devolvo a ti. Volte sempre para visitar seu amigo das quebradas do Maranhão. Abraços "ARTEIROS E CORDELADOS".

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