segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

TODA NOITE AO DORMIR SONHO COM ELA, E PEÇO A DEUS PRA NINGUEM ME ACORDAR.


Eu me lembro das festas no terreiro
Que eu dançava abraçando uma morena,
Perfumada igualmente uma açucena
Me sentindo o mais nobre cavalheiro.
Parecendo um Quixote aventureiro,
Bem galante num cavalo a “galopar”
No clarão de uma noite com luar,
Meu coração agitava igual procela.
TODA NOITE AO DORMIR SONHO COM ELA,
E PEÇO A DEUS PRA NINGUEM ME ACORDAR.

Mulher bela cheirosa e carinhosa
Tem o doce do néctar de uma flor,
A beleza de um lindo Beija-Flor
Ao voar bem rasante sobre a rosa.
E com gestos da “morena sestrosa”
Faz o sangue no meu corpo fervilhar.
Pois quando durmo passo a noite delirar,
Abraçado a tão formosa donzela.
TODA NOITE AO DORMIR SONHO COM ELA,
E PEÇO A DEUS PRA NINGUEM ME ACORDAR.

Nessa vida de tantos dissabores
Eu relaxo nos braços de Maria,
Mas se ela encontrar outro amor um dia
Eu vou ter o chamego de Dolores.
Como a vida permite outros amores,
Eu não choro se Dolores me deixar.
Vou atrás de minha musa Guiomar
Que é bonita igualmente uma aquarela.
TODA NOITE AO DORMIR SONHO COM ELA,
E PEÇO A DEUS PRA NINGUEM ME ACORDAR.

Eu corria no meio da Campina
Quando era “RAPAIZOTE” no sertão,
E contente eu rolava pelo chão
Abraçado a mais bela campesina,
Era moça com jeito de menina
Ansiosa pra à libido extravasar.
Mas quando eu ia ao seu corpo “bolinar”
Disparava correndo igual Gazela.
TODA NOITE AO DORMIR SONHO COM ELA,
E PEÇO A DEUS PRA NINGUEM ME ACORDAR.

Deus supremo bondoso e maior MESTRE
Criou tudo em perfeita harmonia,
Fez a noite e também a luz do dia
E o lirismo dos Gira-Sois campestre,
Fez tiara com bela flor silvestre
Pra os cabelos de Julia ornamentar.
E por ela eu também me apaixonar
Pra ficar para sempre ao lado dela.
TODA NOITE AO DORMIR SONHO COM ELA,
E PEÇO A DEUS PRA NINGUEM ME ACORDAR.

Assis Coimbra: Todos direitos reservados.

domingo, 25 de dezembro de 2011

QUEM TEM FARTURA NA MESA NÃO QUER A TRANSPOSIÇÃO.

Imagem extraída do google.

O rio Nilo, foi e é de extrema importância para desenvolvimento do Egito. Numa região desértica, ele assumiu funções prioritárias na sociedade, pois além da pesca irrigava a agricultura através de canais de irrigação (captação de maneira responsável, depois de cheio). Tanto que Heródoto, (filosofo grego século v A.c) declarava: “O Egito é uma dádiva do Nilo”. Agora, não é porque vivemos no país mais corrupto do mundo, vamos deixar vários brasileiros morrerem na mais profunda miséria, por não acharmos uma saída para captação das águas do bom e necessário Chico. Portanto, antes de criticarmos, vamos contribuir com saídas sustentáveis. E VIVA O CICLO DA VIDA!


Quem nunca chorou com fome

Não sabe o que é sofrimento,

A vida vira um tormento

Até “palma” a gente come,

Mandacaru mata a fome

Por falta de irrigação.

Mas tendo água no chão

A terra nos dar riqueza.

QUEM TEM FARTURA NA MESA

NÃO QUER A TRANSPOSIÇÃO.


Pois o rio São Francisco

É dádiva do sertanejo, (alusão a Heródoto)

Se fazendo bom manejo

Seu leito não corre risco.

Pois onde não cai chuvisco

Dali não se tira o pão.

Até que ronque o trovão,

A caatinga é só tristeza

QUEM TEM FARTURA NA MESA

NÃO QUER A TRANSPOSIÇÃO.


Proponho praticarmos os seguintes “ERRES”


Tem “R” de reciclar

Tem “R” de reduzir,

Tem “R” de repartir

E o de Reutilizar.

Tem “R” de repensar,

Tem “R” do resgatado.

Tem de Revitalizado,

Pro Rio ser permanente.

ÁGUA LIMPA NA VERTENTE,

É PLANETA PRESERVADO.




Assis Coimbra. Abraços “CORDELADOS”




sábado, 24 de dezembro de 2011

UM (A)AMIGO (A) DE VERDADE!


Imagem extraída do Google.

Um amigo de verdade
Só traz paz e harmonia,
E feliz por achar um (a)
Rezei uma Ave-Maria.
Pois assim que precisar
Seu nome eu irei chamar,
Pra me fazer companhia.


A todos (as) amigos (as), deixo um abraço "CORDELADO E NATALINO", e um bom 2012.
Assis Coimbra. Vosso Escudeiro!

sábado, 10 de dezembro de 2011

NATAL ANUNCIADO: De Assis Coimbra.



Imagem extraída do google.



Queria comemorar

O natal que está chegando.

Com meu verso anunciando,

Que a paz não tarda chegar.

E que também vai acabar,

A fome em todo planeta.

Que o fuzil e a baioneta

Terão flor de toda cor,

Pra pousar um Beija-Flor

Bem em cima da luneta.



A todos(as) meu abraço “CORDELADO” e FELIZ NATAL!

domingo, 4 de dezembro de 2011

HISTÓRIA EM VERSO E REVERSO.

A literatura de cordel enriquece o ensino da História ao trazer para as salas de aula representações diferentes das que estão nos livros didáticos

Maria Ângela de Faria Grillo
13/9/2007
Maria Ângela de Faria Grillo é doutora em História com a tese “A Arte do Povo: histórias na literatura do cordel (1900/1940)” e professora da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE).

O Nordeste do Brasil é terra de cantadores, repentistas, poetas de cordel, contadores de histórias – grandes narradores que formaram um rico fabulário de contos, poemas, histórias de vida comum a todos, histórias de heróis e histórias de trabalho. Mas o grande narrador local da vida nordestina é o poeta de cordel, que desde o fim do século XIX percorria o sertão de feira em feira, de mercado em mercado, cantando seus versos e vendendo seus folhetos.

Impressos em papel pardo, medindo cerca de 12x18 centímetros, com 8, 16 ou 32 páginas e ilustrados com xilogravuras, os folhetos servem de suporte material para a chamada “literatura popular em verso” encontrada no Nordeste brasileiro e também conhecida por “literatura de cordel”, por ficarem expostos à venda pendurados em barbantes ou cordas, presos com pregadores de roupa. Este tipo de literatura ocupa um espaço de criação que

deve ser percebido em seus vários níveis: o simbólico, o artístico, o linguístico, o social, o político, o econômico e, especialmente, o histórico. Desde que surgiu no Nordeste do

Brasil, em meados do século XIX, independente do sistema literário institucionalizado, vem testemunhando fatos históricos e revelando a preocupação dos poetas, leitores e ouvintes com o mundo ao seu redor.       

A literatura de cordel foi muitas vezes acusada de reproduzir valores tradicionais e conservadores, tendendo a assimilar o discurso das instituições oficiais, sendo incapaz de gerar ou criar seus próprios significados simbólicos. Mas uma leitura mais cuidadosa da poesia de cordel revela uma grande quantidade de personagens estradeiros, astutos, trapaceiros – verdadeiros anti-heróis que sobrevivem de expedientes e artimanhas, que lhes valem como alternativa para escapar do sistema opressor e que reviram o mundo com humor. São personagens famosos como João Grilo, Pedro Malasartes, João Leso e Cancão de Fogo.  

Inúmeros são os eventos do século XX contidos nos folhetos que relatam o cotidiano da nossa História e nos quais são dadas representações diversas das contidas nos livros didáticos. Estes folhetos, além de relatarem fatos sociais, políticos, econômicos, como inundações, secas, casamentos, vitórias eleitorais, adoção de novas leis, vida e morte de políticos, servem também para suprir a escassa circulação de jornais no sertão. Ao mesmo tempo em que representam uma forma de literatura, informam sobre os acontecimentos da época. Neste sentido, o folheto de cordel se transforma numa rica fonte de pesquisa para a História, a Sociologia, a Antropologia e a Literatura.

Apesar de escrita e impressa, essa literatura carrega consigo procedimentos típicos das narrativas orais, que asseguram a compreensão, a memorização e a divulgação do texto. Em uma comunidade marcada por uma forte presença da oralidade, um texto jornalístico em prosa não tinha a mesma aceitação e, conseqüentemente, a mesma penetração de um texto em versos, marcados pela rima.

Ao recontar fatos apresentados nos jornais, os cordelistas adéquam essas notícias ao universo de valores e crenças de seu público, fazendo coincidir – ou, pelo menos, aproximando – o ponto de vista do texto com o de seu leitor. Fatos de natureza política ou econômica geralmente são apresentados de modo a enfatizar sua repercussão sobre as camadas populares – os trabalhadores rurais, vendedores, empregados do comércio, isto é, a parte mais significativa do público de cordel. É difícil precisar a exata origem social do cordelista, ou sua posterior inserção cultural e política, que muitas vezes lhe garante certo prestígio social. Mas o diálogo e a influência recíproca entre o poeta e o seu público são intensos, garantindo que o cordel seja como uma janela aberta para se investigar outras visões e outras versões das narrativas históricas.

É tarefa de o historiador analisar os fatos históricos, não somente a partir das versões oficiais, da fala dos políticos e de jornais tendenciosos, mas também através das representações feitas pelos poetas de cordel, representantes do povo que, por intermédio de seus folhetos, mostram outras visões de momentos históricos vivenciados e testemunhados por eles. Por isso o cordel é um rico material de estudo histórico-social, significativo para avaliarmos diferentes versões que circulavam em diferentes meios sociais, e que permite que sejam resgatadas as atitudes críticas entre os chamados setores populares.

A literatura de cordel pode ser trazida para a sala de aula como uma linguagem alternativa para o estudo da História. Ao relatarem os acontecimentos de um determinado lugar num determinado período, os folhetos se transformam em memória, em registro e – por que não? – em documento.

Um tema recorrente na literatura de cordel é o cangaço, forte traço da cultura sertaneja nordestina. As representações sobre os cangaceiros diferem das encontradas nos livros didáticos ou na literatura oficial. Quase sempre tratados como bandidos nestes espaços, os cangaceiros dos cordéis são, pelo menos, mais contraditórios: podem ser assassinos e ter sentimentos de amor; podem roubar, mas ao mesmo tempo ajudar os necessitados. Esse é o caso de A História de Antônio Silvino, de Francisco das Chagas Baptista (1882-1930), escrita na primeira pessoa, na qual o cangaceiro Antônio Silvino é cantado como um justiceiro:

“Uns quatrocentos mil-réis / Com os pobres distribuí / Não serve isto para minh’alma / Porque esta eu já perdi, / Mas serve pros miseráveis / Que estavam nus e eu vesti.”

Em O interrogatório de Antônio Silvino, o mesmo autor apresenta este cangaceiro como um protetor dos pobres que, apesar de se reconhecer como quem já perdeu a sua alma, pode ser perdoado, pois o fruto de seus roubos, praticados contra os grandes fazendeiros, era distribuído entre os mais necessitados. Além disso, ainda amparava as moças desprotegidas.

“Tomei dinheiro dos ricos / e aos pobres entreguei /protegi sempre a família / moças pobres amparei; / o bem que fiz apagou / os crimes que pratiquei.”
Alguns folhetos criticam abertamente as notícias e informações veiculadas pela imprensa, como se verifica em As novas lutas de Antônio Silvino, no qual Chagas Baptista afirma claramente a falta de veracidade de notícias publicadas nos jornais:

“Foi no lugar S. Mamende / Que esse encontro se deu / Alguns jornais afirmaram /                                               Que o meu grupo correu... /  Foi um erro, vou aos leitores / Contar o que aconteceu.”

Aí se percebe que o poeta, para denunciar essas inverdades, dá a Antônio Silvino o estatuto de um narrador em primeira pessoa, e este, mesmo se assumindo como um fora-da- lei, um perseguido pela polícia, coloca seus companheiros na posição de heróis valentes e, por isso, jamais correriam do perigo.

Outro cangaceiro muito cantado na poesia de folhetos é Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião. O poeta Chagas Batista, em seu folheto Os decretos de Lampião, conta que, quando Silvino foi preso, Lampião passou a governar pelas armas o sertão nordestino, estabelecendo decretos, como podemos verificar a seguir:

“Diz o primeiro decreto / No seu artigo primeiro: / - Todo e qualquer sertanejo, / Negociante ou fazendeiro, / Agricultor ou matuto / Tem que pagar tributo / Que se deve ao cangaceiro. //  No parágrafo primeiro / Desse artigo ele restringe / A lei somente aos ricos / Dizendo: – a lei não atinge / Ao pobre aventureiro / Pois que não possui dinheiro / Diz que não tem e não finge.”

Mais uma vez, apesar de se colocar como uma figura autoritária, também este cangaceiro poderia ser representado como uma pessoa que não sacrificava os pobres, uma vez que estes eram isentos de pagar os tributos.

Um pouco diferente de Lampião, Maria Bonita não foi poupada no cordel do poeta João Martins de Athayde (1880-1959). Em Maria Bonita: a mulher no cangaço, a companheira do cangaceiro foi apresentada como uma mulher sanguinária e cruel:

“Esta mulher assassina / Que até rifle maneja / Não era por amizade / Que ela o bando ocupava / Seu instinto era malvado/ Seu amor degenerado / Só luto e dor espalhava.”

Entretanto, na poesia A verdadeira história de Lampião e Maria Bonita, de Pereira Sobrinho (1918-?), a imagem da cangaceira é recuperada, tornando-se doce e meiga, capaz de arrebatar o coração do homem mais valente de sua época:

“Lampião era de aço / Porém diante a beleza / ela mulher mimosa / Com um porte de princesa / Cabelos e olhos grandes / Parecendo uma duquesa / Morena cor de canela / Dessas que o vento palpita / Muito bem-feita de corpo / Lábios da cor de uma fita / Disse Lampião: – Te levo / Minha ‘Maria Bonita’.”

Percebe-se nos versos de Sobrinho que a beleza e a doçura de Maria Bonita podiam ser vistas como tão irresistíveis que Lampião se apaixonou por ela imediatamente.  Os ouvintes e leitores desses versos talvez pudessem ter alguma simpatia pelo “herói amoroso”. O reconhecimento da capacidade de amar de Lampião o tornava uma pessoa digna de ser amada.

Assim, os folhetos trazem com freqüência representações de características contraditórias de seus protagonistas. Ao mesmo tempo em que são apresentados como fora-da-lei, podem estar lutando contra as injustiças, adquirindo características nobres, mesmo que não se comportem como os heróis mais tradicionais, como aqueles que só praticam o bem. A história se afasta do maniqueísmo e mostra que ainda mais variada e polissêmica, embora sempre violenta, deve ter sido a realidade do cangaço.

Abraços “CORDELADOS”

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Um trecho do livro: A FANTÁSTICA HISTÓRIA DO MACACO QUE NÃO GOSTAVA DE BANANA. De Assis Coimbra


Imagem extraída do Google.



Como estava anoitecendo

A Mãe – da – Lua cantou

Soltando um pio agourento

Que o macaco ali parou.

E a macaca de assustada,

Um grande grito soltou.



-Vamos ter calma querida

Disse o macaco tremendo:

-A Mãe - da- Lua cantou

Porque a lua está nascendo.

Mas vamos continuar

Que o tempo está “correndo”.



Nem acabou de falar

De novo a ave cantou,

E dessa vez foi mais alto

Que na floresta ecoou.

Fazendo tanto barulho

Que toda fauna acordou.



Neste exato momento

Até a lua se “escondeu”,

Por detrás de uma nuvem

Logo desapareceu.

E como se fosse mágica

A floresta escureceu.



Foi formando um nevoeiro

Com trovão e ventania,

Raios riscavam no céu

Que a terra até tremia.

E o macaco pai falou:

-Isso só pode ser magia!



Um forte cheiro de enxofre

Foi se espalhando no ar,

E um manto de fumaça

Envolveu todo lugar.

E dali surgiu uma bruxa

Gargalhando sem parar.



Com toda sinceridade

A mentira eu não professo,

Mas se tivesse um concurso

Ou até mesmo um congresso,

Pra ter a bruxa mais feia

Essa ganhava, confesso.



Igual pedra de esmeril

Os seus olhos faiscavam,

E os peitos de tão grandes

No seu umbigo tocavam.

Tinha um pé maior que o outro

E os braços pra trás ficavam.



Seu nariz era tão grande

Verruga tinha de monte,

Os cabelos de embira

Um tumor tinha na fronte.

E os quatros dentes caninos

Lembrava um rinoceronte.



Os nossos heróis com medo

Encontravam se escondidos,

Bem no alto de uma árvore

Estavam ali encolhidos.

E a bruxa desconfiada

Resmungava em alaridos.



-Sinto um cheiro de estranhos

E de certo estão me vendo.

Vou pega-los e botar

Em um caldeirão fervendo.

A macaca ouvindo isso

De medo ficou tremendo (...)



Estou à procura de editora para editar esse trabalho. E Patrocínio.

Assis Coimbra. Todos direitos reservados.

Abraços "CORDELADOS".