quarta-feira, 27 de junho de 2012

"COMO ME CHATEIAM OS CORRUPTOS E DEMAGOGOS."




Quando eu abrir os jornais
Eu quero que esteja escrito,
Que ninguém mais passa fome
No planeta em que habito.
Também quero em todos ler,
Que no “globo” não vai ter,
Mais espaço pra conflito.
*
Não vejo a hora de ler
Que acabou a ditadura,
Que todos têm liberdade
Pra sair da desventura.
Que o ser de qualquer crença,
Cultive sem desavença,
Seus conceitos de cultura.
*
Faz tempo que espero ler
Em MANCHETE nos jornais,
Noticias animadoras
Com letras bem garrafais.
Que o terrorismo acabou,
E o arrogante se calou,
E com ninguém grita mais.
*
Quero ler boas notícias
Que já cansei de esperar,
“Que o mar vai virar sertão”
“E o sertão vai virar mar”.
Que o amigo CONSELHEIRO,
Homem bom, nobre e guerreiro,
Vai voltar pra festejar.
*
Que tem cura para o câncer
É outra que eu quero ler,
E descobriram remédio
Que é pra gente não morrer.
Que filhos respeitam pais,
E Hitler não volte mais,
Pros semitas não sofrer.
*
Assis Coimbra.
Todos direitos reservados.

terça-feira, 26 de junho de 2012

UM TRECHO DO CORDEL QUE ESTOU ESCRREVENDO SOBRE LUZ GONZAGA.



*
Na cidade de Exu
Luiz Gonzaga nasceu,
Em novecentos e doze
Foi o ano que aconteceu.
E esse recém nascido,
Pelas musas protegido,
Só alegria nos deu.
*
Foi na fazenda Caiçara
Bem na Serra do Araripe,
Que nasceu essa criança
Que ia servir de "estipe",
Para todos  sanfoneiros,
E também bons seresteiros
Da mais refinada estirpe.
*
Foi na Matriz de Exu
Que logo foi batizado,
E na pia batismal
Seu nome foi confirmado.
E ficou no prontuário,
O Luiz de Januário,
Para sempre abençoado.
*
Santana era sua mãe
O pai era Januário,
Trabalhava na lavoura
Era excelente operário,
E as sanfonas que tocava,
Se quebrassem consertava,
Homem extraordinário.
*
Igual a toda criança
O nosso "herói" brincava,
Também ia com o pai
As festas que ele tocava.
Mas o que Luiz queria,
Era usar, não via o dia,
O "fole" que o velho usava.
*
A sanfona de oito baixos
Logo Luiz encantou,
Pois o seu som "divinal"
Também a ele cativou.
E foi com ela que o menino,
Assim querendo o destino,
Tocou quando começou.
*
Aos oito anos de idade
Na latada de um terreiro,
Estavam em uma festa
Mas faltou o sanfoneiro.
Então pediram pra seu pai,
Pra deixar e Luiz vai,
Tocar todo prazenteiro.
*
Naquela noite o menino
Tocava a primeira vez,
Tendo do pai permissão
Pra "sanfonar" e assim fez.
E firme igual aroeira,
Ele tocou a noite inteira,
Com nobreza e altivez.
*
Recebeu 20$000 rés
Por tocar nessa festança,
Mas dona Santana disse:
-Tu és ainda uma criança.
Então escute meu menino,
Você é muito pequenino,
Pra tocar em uma dança!
*
Assis Coimbra. Todos direitos reservados.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

"CALEM A BOCA, NORDESTINOS"!




"PERCAM" TEMPO E LEIAM. VALE A PENA.

Por José Barbosa Junior

A eleição de Dilma Rousseff trouxe à tona, entre muitas outras coisas, o que há de pior no Brasil em relação aos preconceitos.Sejam eles religiosos, partidários, regionais, foram lançados à luz de maneira violenta, sádica e contraditória.

Já escrevi sobre os preconceitos religiosos em outros textos e a cada dia me envergonho mais do povo que se diz evangélico (do qual faço parte) e dos pilantras profissionais de púlpito, como Silas Malafaia, Renê Terra Nova e outros, que se venderam de forma absurda aos seus candidatos. E que fique bem claro: não os cito por terem apoiado o Serra... outros pastores se venderam vergonhosamente para apoiarem a candidata petista. A luta pelo poder ainda é a maior no meio do baixo-evangelicismo brasileiro.

Mas o que me motivou a escrever este texto foi a celeuma causada na internet, que extrapolou a rede mundial de computadores, pelas declarações da paulista, estudante de Direito, Mayara Petruso, alavancada por uma declaração no twitter: "Nordestino não é gente. Faça um favor a SP, mate um nordestino afogado!".

Infelizmente, Mayara não foi a única. Vários outros “brasileiros” também passaram a agredir os nordestinos, revoltados com o resultado final das eleições, que elegeu a primeira mulher presidentE ou presidentA (sim, fui corrigido por muitos e convencido pelos "amigos" Houaiss e Aurélio) do nosso país.

E fiquei a pensar nas verdades ditas por estes jovens, tão emocionados em suas declarações contra os nordestinos. Eles têm razão!

Os nordestinos devem ficar quietos! Cale a boca, povo do Nordeste!

Que coisas boas vocês têm pra oferecer ao resto do país?

Ou vocês pensam que são os bons só porque deram à literatura brasileira nomes como o do alagoano Graciliano Ramos, dos paraibanos José Lins do Rego e Ariano Suassuna, dos pernambucanos João Cabral de Melo Neto e Manuel Bandeira, ou então dos cearenses José de Alencar e a maravilhosa Rachel de Queiroz?

Só porque o Maranhão nos deu Gonçalves Dias, Aluisio Azevedo, Arthur Azevedo, Ferreira Gullar, José Louzeiro e Josué Montello, e o Ceará nos presenteou com José de Alencar e Patativa do Assaré e a Bahia em seus encantos nos deu como herança Jorge Amado, vocês pensam que podem tudo?

Isso sem falar no humor brasileiro, de quem sugamos de vocês os talentos do genial Chico Anysio, do eterno trapalhão Renato Aragão, de Tom Cavalcante e até mesmo do palhaço Tiririca, que foi eleito o deputado federal mais votado pelos... pasmem... PAULISTAS!!!

E já que está na moda o cinema brasileiro, ainda poderia falar de atores como os cearenses José Wilker, Luiza Tomé, Milton Moraes e Emiliano Queiróz, o inesquecível Dirceu Borboleta, ou ainda do paraibano José Dumont ou de Marco Nanini, pernambucano.

Ah! E ainda os baianos Lázaro Ramos e Wagner Moura, que será eternizado pelo “carioca” Capitão Nascimento, de Tropa de Elite, 1 e 2.

Música? Não, vocês nordestinos não poderiam ter coisa boa a nos oferecer, povo analfabeto e sem cultura...

Ou pensam que teremos que aceitar vocês por causadaaterradora simplicidade e majestade de Luiz Gonzaga, o rei do baião? Ou das lindas canções de Nando Cordel e dos seus conterrâneos pernambucanos Alceu Valença, Dominguinhos, Geraldo Azevedo e Lenine? Isso sem falar nos paraibanos Zé e Elba Ramalho e do cearense Fagner...

E Não poderia deixar de lembrar também da genial família Caymmi e suas melofias doces e baianas a embalar dias e noites repletas de poesia...

Ah! Nordestinos...

Além de tudo isso, vocês ainda resistiram à escravatura? E foi daí que nasceu o mais famoso quilombo, símbolo da resistência dos negros á força opressora do branco que sabe o que é melhor para o nosso país? Por que vocês foram nos dar Zumbi dos Palmares? Só para marcar mais um ponto na sofrida e linda história do seu povo?

Um conselho, pobres nordestinos. Vocês deveriam aprender conosco, povo civilizado do sul e sudeste do Brasil. Nós, sim, temos coisas boas a lhes ensinar.

Por que não aprendem conosco os batidões do funk carioca? Deveriam aprender e ver as suas meninas dançarem até o chão, sendo carinhosamente chamadas de “cachorras”. Além disso, deveriam aprender também muito da poesia estética e musical de Tati Quebra-Barraco, Latino e Kelly Key. Sim, porque melhor que a asa branca bater asas e voar, é ter festa no apê e rolar bundalelê!

Por que não aprendem do pagode gostoso de Netinho de Paula? E ainda poderiam levar suas meninas para “um dia de princesa” (se não apanharem no caminho)! Ou então o rock melódico e


poético de Supla! Vocês adorariam!!!

Mas se não quiserem, podemos pedir ao pessoal aqui do lado, do Mato Grosso do Sul, que lhes exporte o sertanejo universitário... coisa da melhor qualidade!

Ah! E sem falar numa coisa que vocês tem que aprender conosco, povo civilizado, branco e intelectualizado: explorar bem o trabalho infantil! Vocês não sabem, mas na verdade não está em jogo se é ou não trabalho infantil (isso pouco vale pra justiça), o que importa mesmo é o QUANTO esse trabalho infantil vai render. Ou vocês não perceberam ainda que suas crianças não podem trabalhar nas plantações, nas roças, etc. porque isso as afasta da escola e é um trabalho horroroso e sujo, mas na verdade, é porque ganha pouco. Bom mesmo é a menina deixar de estudar pra ser modelo e sustentar os pais, ou ser atriz mirim ou cantora e ter a sua vida totalmente modificada, mesmo que não tenha estrutura psicológica pra isso... mas o que importa mesmo é que vão encher o bolso e nunca precisarão de Bolsa-família, daí, é fácil criticar quem precisa!

Minha mensagem então é essa: - Calem a boca, nordestinos!

Calem a boca, porque vocês não precisam se rebaixar e tentar responder a tantos absurdos de gente que não entende o que é, mesmo sendo abandonado por tantos anos pelo próprio país, vocês tirarem tanta beleza e poesia das mãos calejadas e das peles ressecadas de sol a sol.

Calem a boca, e deixem quem não tem nada pra dizer jogar suas palavras ao vento. Não deixem que isso os tire de sua posição majestosa na construção desse povo maravilhoso, de tantas cores, sotaques, religiões e gentes.

Calem a boca, porque a história desse país responderá por si mesma a importância e a contribuição que vocês nos legaram, seja na literatura, na música, nas artes cênicas ou em quaisquer situações em que a força do seu povo falou mais alto e fez valer a máxima do escritor: “O sertanejo é, antes de tudo, um forte!”

Que o Deus de todos os povos, raças, tribos e nações, os abençoe, queridos irmãos nordestinos!

José Barbosa Junior, na madrugada de 03 de novembro de 2010.

domingo, 10 de junho de 2012

LEIAM ESSE CORDEL E VEJAM SE ACREDITAM NO QUE FIZ.



TEMA: JOCOSO
De: Assis Coimbra.

Amigo eu já dei uma sova
Nos cabras de Lampião,
Peguei Cascavel na mão
Ressuscitei morto de cova,
E todos eles são prova
Que já fiz anão “crescer”.
Também joguei pra valer!
Na seleção de setenta,
Fui titular na do penta.
FAÇA IGUAL QUE EU QUERO VER.

Já mergulhei em alto mar
E pesquei um Tubarão,
E fui até lá no Japão
Onde o Santos foi jogar.
Depois mandei preparar
Um chuxi para comer.
Fiz isso se quer saber,
Sem levar nem um minuto.
E sai da água enxuto,
FAÇA IGUAL QUE EU QUERO VER.

Eu já vi um crocodilo
Dirigindo um carro-Van,
E quando andei em voo da Tam,
O piloto era um Esquilo.
Então adestrei um Grilo
Para um livro escrever.
E depois ensinei ler
Uma Mula-Sem-Cabeça,
Se for sabido obedeça.
FAÇA IGUAL QUE EU QUERO VER.

Sou mais rico do que “Cem”
“Pedro” o primeiro nome,
Por isso não passo fome
Mas não desdenho ninguém.
Tenho mil iates também
E mil fazendas pra vender.
Trilhões para oferecer,
A IBOVESPA todo dia
E mil carros na rodovia,
FAÇA IGUAL QUE EU QUERO VER.

Eu já fiz um mentiroso
Dizer somente a verdade,
Fiz avarento meu “cumpade”
Ser um homem caridoso,
Fiz do valente medroso
E ensinei um bode ler.
Também um Bambi escrever,
No traseiro de um Leão:
“Você é grande, mas mijão”,
FAÇA IGUAL QUE EU QUERO VER.

Se quiserem CURTIR a página dos NARRADORES DE CORDEL agradecemos.

https://www.facebook.com/pages/Grupo-narradores-de-cordel/176121959168324

quinta-feira, 7 de junho de 2012

VERSOS PARA ESSES PERSONAGENS DOS NARRADORES DE CORDEL.


"Cospe" Rima e "Frixiba"
"Galãs" de muitos amores
Eles brincam, fazem arte
Para pobres e doutores.
E também estripulia,
Seja de noite ou de dia,
Brincando nos NARRADORES.

Assis Coimbra. Abraços "CORDELADOS".

domingo, 3 de junho de 2012

UMA SENHORA QUE ASSISTIU OS NARRADORES.

A ela dedico os versos abaixo, e a todos(as) que apreciam a literatura erudita ou popular.

Nos meus versos conservo a escansão
Faço uso do que sei sobre gramática.
Metrifico usando a matemática,
Obedeço à tônica e “oração”.
Pra que tenham melhor compreensão,
Peço a benção da musa criativa,
E depois eu recito em voz altiva
Com o som da viola que ponteia.
POIS OS VERSOS QUE “TRAGO” EM MINHA VEIA,
FUI BUSCAR NAS FONTES DE PATATIVA.

As mazelas da vida encravaram
No meu peito algumas decepções,
Mas eu busco nos versos soluções
Pra curar as feridas que ficaram.
Para aqueles que o mal me desejaram
Deixo o mote de minha narrativa,
Em poética de métrica construtiva
Para ler sobre a luz de uma "CANDEIA".
POIS OS VERSOS, QUE “TRAGO” EM MINHA VEIA,
FUI BUSCAR NAS FONTES DE PATATIVA.

Assis Coimbra. Abraços "CORDELADOS”

sábado, 2 de junho de 2012

A LEMBRAÇA EM MEU PEITO FEZ MORADA, RECORDANDO O PASSADO TODO DIA.



Mote e glosa: Assis Coimbra.

Eu me lembro do fruto buriti
Da palmeira e do coco babaçu,
Do frondoso e tão bom cupuaçu,
E do cheiro do belo “bacuri”.
Do sabor do gostoso sapoti,
E da “velha” mangueira que eu subia,
E das mangas maduras que eu colhia,
E comia com toda “meninada”.
A LEMBRAÇA EM MEU PEITO FEZ MORADA,
RECORDANDO O PASSADO TODO DIA.

Quando eu era menino no sertão
Não pensava em ter tênis importado,
Eu andava com chinelo “Enrabichado”
Mas somente em festa ou procissão.
Pro roçado, andava de pé no chão
E o prazer consumista não sentia.
Pois o nome “progresso”, eu nem ouvia
Que mantém muita gente escravizada.
A LEMBRAÇA EM MEU PEITO FEZ MORADA,
RECORDANDO O PASSADO TODO DIA.

Abraços "CORDELADOS”