quarta-feira, 31 de agosto de 2011

OS NARRADORES DE CORDEL NA ESCOLA BARÃO DE MAUÁ











Desde que comecei a fazer teatro em 1969(pouco tempo atrás) descobri que arte e apreciação da mesma, são pra poucos, não por falta de dinheiro para freqüentar as salas de espetáculos, mas talvez por falta de uma gestão cultural junto às instituições públicas nas esferas federal, estaduais, municipais e privadas, que não colocam nas suas grades curriculares temas transversais como: Circo, artes visuais, música, educação ambiental, teatro etc. Talvez seja por isso que a verdadeira arte (pelo menos, acho que toda manifestação artística tem o dever, de despertar sentimentos, emoções, o lúdico e porque não dizer, catarses que despertem no homem o sentimento da cidadania), não seja divulgada. Hoje, integro o grupo NARRADORES DE CORDEL, e sinto na pele o que é viver de arte no meu pais, que tem uma mídia falada e escrita e porque não dizer televisiva, que só divulgam o que lhe é conveniente e assim, manipulam a “massa” que por falta das informações citadas, consomem o que lhe empurram pela garganta abaixo.
Mas em meio a todos esses fatos, ainda existem casos a parte.
E A ESCOLA BARÃO DE MAUÁ, é uma deles, que volta seu olhar para a cultura popular. E foi lá que no dia 31 de agosto, estivemos apresentando OS NARRADORES DE CORDEL, onde fomos muito bem recebidos pela coordenadora Sonia a diretora (peço desculpas por não lembrar o nome) e demais professores interessadas no universo da literatura de cordel. Externamos aqui os nossos agradecimentos.

Assis Coimbra.

domingo, 21 de agosto de 2011

O TABACO CURADOR.

Deixo aqui uma nova versão para esse tema jocoso, outros poetas também ja versaram sobre esse temática. ( quem conhecer, comparem e vejam que a única coincidência é o tabaco. Digo sempre não ao plágio, e também jamais publicarei esse cordel em respeito aos meus colegas de arte. E viva o CORDEL )

O TABACO CURADOR.

Eu vou contar pra vocês
Sem precisar de alarido,
Uma história verdadeira
Pois é fato acontecido.
Da mulher que deu o tabaco
Sem permissão do marido.

Ela sempre dava um jeito
Guardando dentro dum frasco,
Casca de angico, mastruz
Pra curar doente fraco.
Mas seu melhor remédio,
Estava no seu tabaco.

No povoado existia
Uma velha benzedeira,
Sarava febre terçã
Curava até lombrigueira,
Mas quando não conseguia,
Chamavam dona Pereira.

Dona Maria Pereira
Tinha o remédio correto,
Receitava garrafada
Que matava até inseto.
Mas quando isso não servia
O seu tabaco dava certo.

Tinha homem que fingia
Está com dor na espinhela,
Que a doença adquiriu
Levantado uma gamela.
Mentia somente para
Cheirar o tabaco dela.

Quando ela ia passear
Era grande o alarido,
Tinha gente que gritava
E por todos era ouvido.
“É essa que dá o tabaco”
“Na frente do seu marido”.

O marido de tanto ver
O que a sua mulher fazia,
Um dia disse para ela
-Me faça um favor Maria:
Pare de dar seu tabaco
Pelo menos por um dia!

Ela disse:- não se meta
Com aquilo que não é seu,
Pois eu dou pra qualquer um
É só dizer que adoeceu,
Que eu curo na mesma hora,
Dando o tabaco que é meu.

Às vezes formava fila
Que dobrava quarteirão,
Tinha cabra que dizia:
-Hoje daqui saio não.
Se eu não cheirar o tabaco
Pelo menos passo a mão.

Orgulhosa do produto
Que curava até sezão,
Dona Maria ficava
Sentada a disposição.
Para mostrar o tabaco
Que curava multidão.

Em sua casa chegou
Um repórter de Tv.
Dona Maria abriu a porta
E ele disse:- Quer saber?
Eu vou filmar seu tabaco
Para todo mundo ver (...)

Assis coimbra

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

CORDEL EM QUADRA. ( Musicado, para apresentação dos NARRADORES DE CORDEL )


NARRADOES E CORDEL
É nosso nome popular,
Passam dias passam meses
Nossa arte é CORDELAR.

Você que não conhecia
Hoje aqui vai conhecer.
O que nós dos NARRADORES
Temos pra lhe oferecer.

Pedimos para vocês
Que prestem muita atenção,
Na rima que o cordel tem
Sua metrificação.

Cordel é literatura
Que veio lá de Portugal,
E aportou na Bahia
No tempo colonial.

E logo foi bem aceito
Pelo povo do lugar,
E também por sul e norte
Com seu verso popular.

O cordel fala de tudo
Que se possa imaginar,
Fala até de Lampião
O conto mais popular.

E de Maria bonita
A mulher de Lampião,
E também de “Padim Ciço”
De sobrenome ROMÃO.

Ele fala de João Grilo
E de Pedro Malazartes,
De Matheus e de Chicó
Retratando suas “artes”.

Fala de muitos flagelos
De seca lá no sertão,
Fala de Mandacaru
Xique-Xique e Cansanção.

Fala de peste e guerra
Que causa devastação,
E não esquece tsunames
Causando destruição.

De Pavão misterioso
Que voa longas jornadas,
E famintos retirantes
Vagando pelas estradas.

Fala da mulher rendeira
Fiando seu algodão,
De vaqueiro e vaquejada
Nos dias de apartação.

Retrata muitas histórias
De princesas encantadas,
E também de feias bruxas
Que se transformam em fadas.

O poeta cordelista
Escreve de tudo um pouco,
Seja ele um erudito
Ou até mesmo um “CABÔCO”

Vou pedir para vocês
Que depois peguem papel,
E quando chegarem em casa
Escrevam nele um cordel.

Assis Coimbra. Todos direitos reservados.


domingo, 14 de agosto de 2011

ASSIS COIMBRA E EMERSON RIBEIRO, SÃO OS NARRADORES DE CORDEL.





É bonito ver artistas, sabendo o que diz, o porquê diz e pra quem diz. Esses são OS NARRADORES DE CORDEL, Assis Coimbra e Emerson Ribeiro, que por enquanto compõem o grupo, na esperança de encontrarem um terceiro componente que vista a camisa dos NARRADORES e faça da mesma sua segunda pele. Eu, Assis Coimbra, sou o fundador do grupo, onde alguns já passaram e deixaram saudades. Externo aqui minha gratidão ao excelente ator e músico Emerson Ribeiro, pois me parece, que entendeu a proposta de trabalho deste “VELHO” Maranhense que aportou por esses lados, ou porque não dizer, na minha linda Estância Ribeirão Pires, em 1968 trazendo no “MATULÃO” as origens e costumes das plagas do sertão.


NARRADORES DE CORDEL
È nosso nome popular,
Sempre temos na cabeça
Uma história pra contar.
Passam dias passam meses
Nossa arte é “CORDELAR”

Cordel é literatura
Que veio de Portugal,
É poesia rimada
Fala do bem e do mal,
E era cantado nas gestas
Na época medieval.

O cordel fala de tudo
Que se possa imaginar,
Fala até de Lampião
O conto mais popular
E de Maria bonita
Com fuzil, e com “borná”.

Ele fala de João Grilo
E de Pedro Malazartes,
De Matheus e de Chicó
Retratando suas “artes”,
Fala também de brincantes
Com potentes Bacamartes.

Retrata muitos flagelos
De seca lá no sertão,
Fala de Mandacaru
Xique-Xique e Cansansão,
E também de “Padin Cico”
De sobre nome Romão.

Fala de peste e guerra
Que causa degradação,
Não esquece o tsuname
Causando devastação,
Comovendo o mundo inteiro
Como aquele no Japão.

Fala do misterioso
De pavão e vaquejada,
Não esquece a realeza
Nem a princesa encantada,
E famintos retirantes
Vagando pela estrada.

Fala da mulher rendeira
Fiando seu algodão,
De vaqueiro e vaquejada
Nos dias de apartação,
E também fala das festas
Para louvar São João (...)

Assis Coimbra. Todos direitos reservados.

domingo, 7 de agosto de 2011

Ribeirão Pires tem a FESTA mais bonita do brasil..É A DO CHOCOLATE.



Assis Coimbra e Emerson Ribeiro dos NARRADORES DE CORDEL, se apresentando no FESTIVAL DO CHOCOLATE em Ribeirão Pires. Nossos agradecimentos ao secretário GUTO VOLPI, e a todos que contribuíram direto ou indiretamente para o bom andamento de tão bonita FESTA. Para eles, deixamos aqui nossos abraços “CORDELADOS”

Também deixo uma estrofe em decassílabo, lembrando o meu tempo de SERTÃO.

Quando eu era menino no sertão
Não pensava em ter tênis importado,
Eu andava com chinelo “Enrabichado”
E só calçava em festa ou procissão.
Pro roçado, andava de pé no chão
E o prazer consumista não sentia.
Pois o nome “progresso”, eu nem ouvia
Que mantém muita gente escravizada.
A LEMBRAMÇA DA NOITE ENLUARADA,
NÃO ME SAI DA CABEÇA NOITE E DIA.

Abraços "CORDELADOS”
Assis Coimbra. Todos direitos reservados.