domingo, 24 de abril de 2011

QUE ARTE QUE TEM VALOR MERECE SER RESPEITADA.

IMAGEM EXTRAÍDA DO GOOGLE


Para se escrever cordel

Tem que se metrificar,

Para bonito ficar

Com bela rima e fiel,

Pra depois o menestrel

Sair cantando na estrada.

Da noitinha à madrugada

Ele canta com fervor,

QUE A ARTE QUE TEM VALOR

MERECE SER RESPEITADA.


O cordel fala de tudo

Que se possa imaginar,

Até estórias pra ninar

Lobisomem cabeludo.

E também não fica mudo

Para contar a jornada,

Do vaqueiro na estrada,

Aboiando com amor,

QUE A ARTE QUE TEM VALOR

MERECE SER RESPEITADA.


Até os feitos de Teseu

São narrados em folhetos,

Também crença em amuletos

E contos de fariseu.

A vida de Mardoqueu

Na rima é também contada.

Pra depois ser declamada

Na voz de um bom narrador.

QUE A ARTE QUE TEM VALOR

MERECE SER RESPEITADA.


Narra sagas, aventuras,

E gestas medievais

De cavalheiros brutais

Vestidos de armaduras,

Cita muitas criaturas

Até princesa encantada,

Que na rima é decantada,

Nos versos do trovador:

QUE A ARTE QUE TEM VALOR

MERECE SER RESPEITADA.


Assis Coimbra. Todos direitos reservados.


quinta-feira, 21 de abril de 2011

PEÇO SEMPRE PRA JESUS



VERA, ISABELA, GABRIELA E EU


Na hora que vou dormir
Antes peço pra Jesus,
Que envolva minha família
Com lindos raios de luz.
Peço pra virgem Maria,
Que nos dê paz todo dia,
Em nome da santa cruz.

Eu oro e peço pra nós
Em nome do pai, quê é Deus
Que nos livre da inveja
Oh santo Rei dos Judeus.
Perdoe os nossos pecados
E não nos deixe de lado
Ampare esses filhos seus.

Em prece peço também
Que nos livre da traição
Assim como fez Judas
Faltando-lhe devoção,
Que com o gesto do beijo,
Entregou lhe ao cortejo,
Para a crucificação.

Assis Coimbra. Todos direitos reservados

quarta-feira, 20 de abril de 2011

TEMPO DE SECA NO SERTÃO.

IMAGEM EXTRAÍDA DO GOOGLE


Tudo se torna um tomento
Se não chove no sertão,
Secam açudes, riachos
Fazendo rachar o chão.
A lavoura não floresce,
E o nordestino padece,
Por falta de água e pão.

A fome se manifesta
Por falta de chão molhado
Não tem milho pra galinha,
Nem pasto verde pro gado.
Os sertanejos padecem
E às vezes até falecem,
De tanto ser flagelado.

Parece que é mesmo intriga
Da chuva com meu sertão,
Chove no sul e sudeste
Aqui só ronca o trovão.
A chuva vai pro oeste,
Não caindo no nordeste,
Nem água de cerração.

A vida toda se altera
Por falta de irrigação,
A semente que é plantada
Torra de baixo do chão.
Todo ser vivo padece
De tanto que o sol aquece,
Secando até cacimbão.

Qual o inferno de Dante
É lamento pra todo canto,
Crianças choram com fome
Mas só ganham acalanto.
Amigo a fome é tão triste
Que o mais forte não resiste,
Sem deixar cair um pranto.

Assis Coimbra: Todos direito reservados.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

MEU PEQUENO BEIJA-FLOR


MINHA FILHA ISABELA E EU DESCANSANDO DEPOIS DE UMA APRESENTAÇÃO.


Meu pequeno Cuitelinho
Eu lhe peço, por favor,
Com teu lindo vôo rasante
De penas de toda cor.
Vai depressa Passarim
Levando do meu jardim
A mais bela flor no bico.
Quando a ternura encontrar,
Depressa vá lhe entregar,
Que aqui te esperando fico.

Com a linda flor no bico
O cuitelinho voou,
Sumindo no horizonte
Ainda não retornou.
Volte amiguinho alado
Esperando, estou sentado
Para enfeitar meu jardim.
E depois que descansar,
E o néctar da flor sugar
Fique pertinho de mim.

Assis Coimbra. Todos direitos reservados

domingo, 17 de abril de 2011

A importância do cordel, como instrumento de comunicação e diversão.

"A MARCHA DA HUMANIDADE E A DEGRADAÇÃO DA NATUREZA" DE MINHA AUTORIA.

Cresce cada vez mais entre os educadores e professores o interesse pela literatura de cordel, essa maravilhosa forma de contar em versos (seja em quadra, sextilha ou setilha), histórias que encantam os ouvintes, não importando o gênero: jocoso; trágico; aventura; história de amor ou mesmo servindo como instrumento jornalístico. É com particular satisfação que constato essa valorização, tendo em vista minhas origens culturais que tanto tenho lutado para preservar. Da minha infância e adolescência, marcadas pela cultura popular nordestina, eu Assis Coimbra, lembro-me bem e particularmente de quando morava em São José dos Perdidos, antigo vilarejo de Caxias, Maranhão e via chegarem os poetas repentistas atraindo as famílias para audições atentas de muitas estórias envolventes, como a do pavão misterioso, a chegada de Lampião ao inferno, contos de fada ou mesmo notícias das cidades grandes, que de outra forma não poderiam chegar àquele pequeno povoado, por falta de veículos de comunicação. Terminada a cantoria, que era como se chamavam as apresentações, ia deitar-me em minha humilde rede, embalado pelas estórias, que me impressionavam pelas aventuras vividas por seus personagens, além da musicalidade e oralidade que permaneciam gravadas em minha mente. Tal emoção fazia-me sonhar em um dia ser um cantador ou cordelista para contar em versos as estórias de “trancoso” (referência ao escritor português, Gonçalo Fernandes Trancoso, ou fruto do imaginário popular), que eu costumava ouvir minha mãe contar. Universo literário do qual agora faço uso nesse novo trabalho: ‘ECORDELANÇA” com a dupla finalidade de sensibilizar sobre a importância da preservação ambiental, por meio da linguagem melódico-poética de uma das mais fascinantes vertentes da cultural popular do Nordeste: A literatura de cordel.


Assis Coimbra.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

FACETAS DO SERTÃO. Poema matuto.

IMAGEM EXTRAÍDA DO GOOGLE


A vida do sertanejo
Ocê pode não sabê,
Meu amigo, não é face
Faiz a gente enternecê.
É triste inté de falá
Mais eu vou lhe preguntá,
SERÁ QUE O CORRUPTO VÊ?

Eu já morei no sertão
Caro leitô, pode crê,
Lá vi muita criancinha
Morrê antes de nascê,
Ôtos morrerão dispois,
Por fartá pão e arroz,
SERÁ QUE O CORRUPTO VÊ?

Enquanto a cigarra canta
Num sol quente de frevê,
O trabaidô na roça
Fica esperano chovê,
Se chove ele pranta e come,
Senão ele passa fome,
SERÁ QUE O CORRUPTO VÊ?

Quem mora lá no sertão
E luita mode vivê,
Mata preá, passarin
E assa mode cumê,
Óia o que a fome faz
Martrata a gente demais
SERÁ QUE O CORRUPTO VÊ?

Cedo eles vão para a roça
Percurar o que fazê
Prantam uns pezim de mio
E tumém de muçambê,
Para curar dô de dente
Coloca um azeite quente,
SERÁ QUE O CORRUPTO VÊ?

Uma criancia chora
Pois lhe farta o que comê
Sua mãe está buchuda
Ôto logo vai nascê.
O seu pai fica num canto
Ali derrama o seu pranto
SERÁ QUE O CORRUPTO VÊ?

Assis Coimbra. Todos direitos reservados

NOS BRAÇOS DA POESIA PARTE - I




Nos braços da poesia
Sou a chuva e o trovão,
Sou cheiro de chão molhado
Nas terras do meu sertão.
Sou festa pra São Gonçalo,
E o belo canto do galo,
Prenunciando o “clarão”.

Lembro das brincadeiras
Nas noites do Maranhão.
Das estórias de “Trancoso”
Das festas de "apartação".
Eu me lembro todo dia,
Que quando chovia eu ia,
Ver na roça a plantação.

Nos braços da poesia
Escrevo odes e cordel.
Eu pinto um quadro bonito
Usando tinta e pincel.
Louvo o rio São Francisco,
Codinome “velho Chico”,
Que abastece o POVARÉU.

Nos braços da poesia
Eu revelo os meus ensejos.
Aguço minhas vontades
Nas alcovas e “cortejos”.
Procuro a musa mais linda,
Que me mande pra berlinda,
E apascente meus desejos.

Nos braços da poesia
Eu recordo o meu passado.
Visito a minha infância,
Junto a meu pai abraçado,
Lembro de dona Maria,
Que dizia todo dia,
“És um filho abençoado”.

Sou o medo de acordar
Sozinho na noite escura,
Tremendo de tanto frio
Vivendo com "amargura".
E sempre vagando ao léu,
Morando “em baixo do céu”,
Num “teto” sem cobertura.

Nos braços da poesia
Sou Antonio Conselheiro.
Que na guerra de Canudos,
Foi indulgente e guerreiro.
E por ser abnegado,
Queria um só “estado”,
Para o povo brasileiro.

Vejo a fauna e suas floras
Compondo os ecossistemas.
Ouço nos campos silvestres,
O canto das Siriemas.
Vejo a linda Juriti,
E o bonito bem-te-vi,
Em lindos pés de Juremas.

Nos braços da poesia
Eu faço a todos saber,
Que o fel da desventura
Também não quero beber.
Por isso entendo o clamor,
De Eros, pra ter o amor,
Que mantém por Psiquê.

Assis Coimbra. Todos direitos reservados

quarta-feira, 13 de abril de 2011

NOS BRAÇOS DA POESIA PARTE-II

MINHA FILHA ISABELA EM APRESENTANDÇÃO.

Nos braços da poesia
Eu brinco de cabra-cega.
E também “vadeio” de:
Bate-cara e pega-pega.
Mesmo já sendo senil,
Às vezes sou pueril,
“E o lúdico a mim se apega”.

Nos braços da poesia,
Eu peço para Jesus,
Que clareie a minha mente
Com vossa divina luz.
Peço pra vigem Maria,
Que nos dê paz todo dia,
Em nome da santa cruz.

Nos braços da poesia
Sou jardim e suas flores,
Sou Romeu, sou Julieta
Trocando juras de amores.
Sou plebeu, sou realeza,
E também sou a pobreza,
Que me causa dissabores.

Sou a nave espacial
Que leva o homem pra lua.
Sou a musicalidade,
Do seresteiro na rua.
Sou o fruto do pecado,
Que deixou Adão abraçado
Com Eva todinha nua.

Sou noite de lua cheia
Sou brisa do amanhecer.
Eu sou o símbolo da paz
Pro guerreiro oferecer.
Sou o perdão para o ódio.
E da paz eu sou custódio
Para o bem permanecer.

Nos braços da poesia
Abomino a falsidade,
Absorvo os sentimentos
Do arauto da verdade.
Também peço todo dia,
Respeito à isonomia,
Em nome da igualdade.

Sou a floresta amazônica
Com lendas, contos e mitos.
Sou pajés e suas crenças
Com seus costumes e ritos.
Sou o fiel Sancho Pança,
De Quixote eu sou a lança,
“E de Chaplin: Sou Carlitos”.

Nos braços da poesia
Eu encontro o meu espaço,
E no colo de Morfeu
Alivio o meu cansaço.
E sonho que eu estou vendo,
A esperança nascendo,
Na poesia que eu faço.

Nos braços da poesia
Sou o fruto e o pecado.
Sou o maior dos desejos
Que em mim está encravado.
Sou a libido do amor,
Que me faz gritar sem dor,
Deixando-me extasiado.

Nos braços da poesia
Ouço o badalo dos sinos,
Que quando soam seis horas
Nas igrejas tocam hinos.
É Maria de Gounoud,
Louvando nosso senhor,
Em nome dos peregrinos.

Nos braços da poesia
Sou “padim Ciço” Romão,
Eu sou Maria Bonita
Que casou com lampião.
Sou a chuva com “rajada”,
Daquelas de madrugada,
Com o “ronco” do trovão.
Assis Coimbra: Todos direito reservados.

Abraços cheios de “ECORDELANÇAS”