quinta-feira, 24 de junho de 2010

A lembrança da noite enluarada,.......




A LEMBRANÇA DA NOITE ENLUARA, NÃO ME SAI DA CABEÇA NOITE E DIA.

Mote e glosa: Assis Coimbra.

Quando eu lembro da vida no sertão
A saudade dolente chega ao peito
Pois na roça o serviço era bem feito
Toda ela branquinha de algodão.
Bem bonita com fava e com feijão,
Tinha inhame, maxixe e melancia
E o melão bem gostoso que eu comia,
Todo dia sentado na calçada.
A LEMBRANÇA DA NOITE ENLUARADA,
NÃO ME SAI DA CABEÇA NOITE E DIA.

Eu me lembro do pio do nambu
Cantando bem no meio da chapada,
Quando eu ia fazer uma caçada,
Na esperança de pegar um tatu.
Também procurava mel da Uruçu,
Pra trazer o sustento da família.
E depois da labuta sempre eu ia,
Assistir uma bela vaquejada.
A LEMBRANÇA DA NOITE ENLUARADA
NÃO ME SAI DA CABEÇA NOITE E DIA.

Quando eu ouço o canto da cigarra
O coração acelera no meu peito.
Fico triste, alegre até sem jeito,
A lembrança do meu chão em mim se agarra.
Quando andava descalço na piçarra.
A estrada de tão quente até “tremia”,
E um punhado de farinha eu comia,
Para agüentar o resto da empreitada.
A LEMBRANÇA DA NOITE ENLUARADA
NÃO ME SAI DA CABAÇA NOITE E DIA.

Todo dia quando deito no meu leito
Eu me lembro da vida no sertão,
Do arroz que eu “pisava” no pilão
E com feijão ou quiabo ele era feito.
Pra comer no roçado era perfeito
Antes mesmo que desse o meio dia.
Bem faminto numa cuia eu comia
E deixava a barriga alimentada.
A LEMBRANÇA DA NOITE ENLUARADA
NÃO ME SAI DA CABEÇA NOITE E DIA.

Quando eu era menino no sertão
Pra caçar eu fazia até mundé,
E a noite eu pegava jacaré
Faxiando com luz de lampião.
Com embira amarrava meu calção
Que mamãe costurava e eu vestia.
A brincadeira era tanta que eu nem via
Quando o dia terminava a jornada.
A LEMBRANÇA DA NOITE ENLUARADA,
NÃO ME SAI DA CABEÇA NOIE E DIA.

Da soleira eu ficava a esperar
Para ver muita gente em procissão,
Que passavam entoando oração
Pedindo para Deus chuva mandar.
E assim nossa vida melhorar
Pois a água da chuva logo enchia.
Os açudes e a cacimba vazia
E depressa a semente era plantada.
A LEMBRANÇA DA NOITE ENLUARADA,
NÃO ME SAI DA CABEÇA NOITE E DIA.

Todos direitos reservados ao autor.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Encontro de bons artistas.




O CANTOR E VIOLEIRO WAGNER MINEIRO, QUE ATUALMENTE INTEGRA OS NARRADORES DE CORDEL, AO LADO DO ÍCONE DA MUSICA POPULAR E ERUDITA (A ESQUERDA) PEREIRA DA VIOLA E DEMAIS INTEGRANTES, ANTES DE SE APRESENTAREM NO SESC ITAQUERA.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Só a mãe pode dizer...


SÓ A MÃE PODE DIZER.

Quando nós somos gerados
E vida passamos ter,
Ficamos dentro do útero
Esperando pra nascer.
Se a gente fica doente,
Alegre, triste ou contente,
SÓ A MÃE PODE DIZER.

Nove meses são passados
Nossa mãe passa a gemer,
Dizem: São dores do parto,
A criança vai nascer!
Se é a mais linda do mundo,
Ou vai se chamar Raimundo,
SÓ A MÃE PODE DIZER.

É na pia batismal
Que o nome se faz valer,
Depois vem a certidão
É assim o proceder.
Mas em qual religião,
Vai batizar o filhão,
SÓ A MÃE PODE DIZER.

Aos três anos de idade
Na pré-escola vai ter
A primeira professora
Pra lhe ensinar escrever,
Mas como se comportar,
Para melhor estudar,
SÓ A MÃE PODE DIZER.

Quando está mais crescidinha
Muito brinquedo quer ter,
Brinca de cabo de guerra
E também de se esconder,
Mas se quer ir para rua,
Achando que é toda sua,
SÓ A MÃE PODE DIZER.

Quando chega adolescência,
Muitos amores que ter,
Não ligando pra estudo
Só vivendo de prazer.
Se está agindo errado,
Deixando o certo de lado,
SÓ A MÃE PODE DIZER. (....)

Assis Coimbra. Todos direitos reservados